Maioria dos países na região latino-americana, incluindo o Brasil, está experimentando um crescimento nessa taxa. Países de desenvolvimento médio estão mais expostos a fatores de risco
Pedro Miranda Publicado em 10/10/2023, às 23h04 - Atualizado às 23h58
Um recente estudo revelou um aumento preocupante na mortalidade por câncer colorretal na América Latina entre 1990 e 2019, com um aumento de 20,5%. Contrariando a tendência global de queda na taxa de mortalidade por câncer colorretal, impulsionada principalmente por países de alta renda, a maioria dos países na região latino-americana, incluindo o Brasil, está experimentando um crescimento nessa taxa.
Além de documentar as tendências de mortalidade por câncer colorretal na América Latina, o estudo estabeleceu uma conexão entre essas tendências e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos países. Ficou claro que o aumento na mortalidade na região, conhecida por sua desigualdade, não é uniforme.
Surpreendentemente, países com baixo IDH apresentam menor mortalidade por câncer colorretal. Isso se deve principalmente ao subdiagnóstico e à falta de acesso a fatores de risco conhecidos, como o consumo de alimentos ultraprocessados e carne vermelha.
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Por outro lado, países de desenvolvimento médio enfrentam desafios como diagnóstico tardio e dificuldades no tratamento oportuno, reduzindo a taxa de sobrevivência dos pacientes. Além disso, esses países estão mais expostos a fatores de risco, como o Brasil. Em contrapartida, países altamente desenvolvidos conseguem diagnosticar a doença precocemente, e a população tende a seguir padrões alimentares mais saudáveis.
Um dos autores do estudo, Raphael Guimarães, do Departamento de Ciências Sociais da Ensp/Fiocruz, observa que a desigualdade entre os países da América Latina é notável, com alguns, como Uruguai e Argentina, conseguindo reduzir a mortalidade por câncer colorretal, apesar do alto consumo de carne vermelha, graças a diagnósticos e tratamentos oportunos.
Por outro lado, nos países da América Central, embora a alimentação tenha menos riscos, o subdiagnóstico e a falta de acesso ao tratamento são mais prevalentes.
O levantamento foi conduzido por pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e da Universidade da Califórnia San Diego, publicado na revista científica Plos One.
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