Nova abordagem para classificação de espaços territoriais para o Censo foi apresentada nesta quarta-feira (16) pelo IBGE; Saiba os detalhes
Jean Albuquerque Publicado em 17/08/2023, às 18h42
O Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou, nesta quarta-feira (16), com base em experimentos de investigação utilizando os dados do Censo Demográfico de 2010 e outras fontes, uma nova abordagem para a classificação dos diferentes espaços no território nacional.
O estudo redefine as categorias já existentes de urbano e rural, enquanto também introduz uma terceira categoria, a natureza. O IBGE enfatiza que essa iniciativa é um estudo experimental de natureza exploratória, visando estimular discussões acadêmicas e institucionais sobre as características que distinguem os espaços urbanos, rurais e naturais.
Além disso, o instituto está planejando uma investigação subsequente com base nos dados do Censo 2022, cujos resultados começaram a ser divulgados no final de junho deste ano.
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A classificação dos distintos espaços dentro do território nacional desempenha um papel essencial como estrutura de apoio para o planejamento territorial no Brasil. Além disso, serve como base para a elaboração de políticas tanto públicas como privadas, e também se configura como um alicerce conceitual para a condução de pesquisas.
De acordo com a recente proposta do IBGE, essas três categorias são subdivididas em um total de 16 tipos. Quatro desses tipos são categorizados como urbanos, outros quatro como rurais e mais quatro como naturais.
Adicionalmente, há quatro tipos que representam áreas de transição, as quais podem combinar características de duas ou até mesmo das três categorias principais.
A geógrafa e gerente de Regionalização e Topologias do Território no IBGE, Maria Monica O'Neill, compartilhou com a Agência Brasil que o intuito da proposta não é substituir a classificação atualmente em uso.
Em vez disso, a proposta busca revitalizar o modelo de referência existente, fornecendo uma alternativa que reflita as dinâmicas em andamento no território nacional e que possibilite a incorporação de novos dados e metodologias.
Ao propor uma nova categoria para os espaços naturais, o estudo teve como objetivo abordar a dicotomia entre rural e urbano, que tem sido objeto de debates entre geógrafos.
Segundo O'Neill, na classificação atual, essas áreas naturais podem ser designadas de várias maneiras diferentes. Ela explica que, em muitos casos, elas são incorporadas, diluídas ou classificadas como espaços rurais. Além disso, também existem casos de áreas verdes urbanas que são consideradas como parte de áreas urbanas de baixa densidade.
O estudo propõe uma abordagem mais detalhada ao nível municipal. A geógrafa sugere uma classificação baseada em áreas de ponderação, utilizando uma divisão territorial mais específica do que o próprio município.
De acordo com essa proposta, os espaços com grau de urbanização variando entre 75% e 100%, incluindo as capitais brasileiras, seriam classificados como "áreas urbanas principais das grandes e médias concentrações urbanas". Essas áreas ocupam apenas 0,4% do território nacional.
Com a nova classificação, a equipe do IBGE também examinou as mudanças territoriais. Foram identificados avanços da fronteira agrícola em regiões como Rondônia, Tocantins e sudeste do Pará.
No Centro-Oeste, as áreas naturais cedem espaço para uma maior presença de áreas destinadas à produção agropecuária. Por outro lado, no Nordeste e no norte de Minas Gerais, foram encontrados tipos variados de transição, combinando características urbanas, rurais e naturais.
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