Após reunião do Copom nesta terça-feira (14) do Banco Central membros do comitê decidiram que não haverá novo corte da taxa Selic; Saiba mais
Jean Albuquerque Publicado em 14/05/2024, às 16h42
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) expressou preocupação diante das expectativas inflacionárias acima da meta estabelecida e de um contexto macroeconômico mais desafiador do que inicialmente previsto.
Nessa conjuntura, não planeja realizar novos cortes na taxa Selic, os juros básicos da economia. Os membros do comitê enfatizam que qualquer futura modificação na taxa será determinada pelo compromisso firme de conduzir a inflação de volta à meta.
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Segundo a ata da última reunião do Copom, divulgada nesta terça-feira (14), o comitê avalia de forma unânime que a incerteza global e a resiliência da atividade doméstica, aliadas a expectativas de inflação instáveis, requerem uma abordagem mais cautelosa.
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O atual cenário, caracterizado por uma desaceleração da desinflação, expectativas de inflação em desalinho e um ambiente global desafiador, demanda uma postura de serenidade e moderação na condução da política monetária.
A reunião ocorreu na semana passada, marcando a sétima redução consecutiva da Selic pelo Copom. No entanto, desta vez, o ritmo de corte foi mais moderado. Enquanto nas reuniões anteriores, de agosto do ano passado até março deste ano, os juros básicos foram reduzidos em 0,5 ponto percentual a cada encontro, desta vez a redução foi de 0,25 ponto percentual, estabelecendo a taxa em 10,5% ao ano.
Um dos principais motivos para essa cautela do Copom é a persistência das expectativas de inflação fora do controle. Embora em declínio, o índice ainda permanece acima da meta estipulada pelo Banco Central, o que alimenta a incerteza entre os agentes econômicos. Estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3% para este ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
As projeções para a inflação, conforme divulgadas no último Relatório de Inflação do BC em março, indicam uma desaceleração mais lenta em 2024, influenciada pela alta dos preços de alimentos e combustíveis.
Apesar de manter a estimativa de encerramento do IPCA em 3,5% para 2024 no cenário base, o relatório aponta para possíveis revisões, a serem divulgadas na próxima versão do relatório em junho.
Entre os fatores que contribuíram para o desalinhamento das expectativas de inflação, o BC menciona a deterioração do cenário externo, os recentes anúncios de política fiscal e a percepção dos agentes econômicos sobre o compromisso da autoridade monetária com a meta ao longo do tempo.
O contexto internacional mais adverso também influenciou a decisão do Copom de reduzir o ritmo de corte dos juros. O aumento da volatilidade nos mercados financeiros globais, a desaceleração da economia americana e a persistência da inflação em diversos países geram incertezas quanto à trajetória da economia global.
Apesar dos desafios, o Copom reconhece que o mercado de trabalho e a atividade econômica brasileira apresentaram um desempenho mais robusto do que o esperado no primeiro trimestre de 2024, especialmente impulsionados pelo setor de serviços.
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