Novo relatório do ADP Research Institute revela que 35% dos trabalhadores no Brasil não se sentem seguros em seus empregos
Victor Meira Publicado em 25/10/2023, às 17h36
O relatório "People at Work 2023: A Global Workforce View" do ADP Research Institute trouxe à tona uma preocupação no mercado de trabalho brasileiro. De acordo com o estudo, 35% dos trabalhadores no Brasil admitem não se sentirem seguros em seus empregos. É interessante notar que, nesse aspecto, os homens demonstram uma maior inquietação em comparação às mulheres (38% contra 32%).
No mundo, a média de trabalhadores inseguros no emprego é de 38%. Um dado relevante é que essa sensação de insegurança é mais pronunciada entre os jovens. Metade (50%) da geração Z (entre 18 e 24 anos) revela não sentir segurança em seus trabalhos, enquanto apenas 24% das pessoas com mais de 55 anos partilham da mesma preocupação.
Claudio Maggieri, gerente geral para a América Latina na ADP, destaca a ansiedade dos trabalhadores frente a notícias sobre demissões em massa e o avanço das novas tecnologias que potencialmente poderiam substituir empregos. Ele ressalta a necessidade de assegurar que esforços sejam devidamente recompensados, proporcionando salários e ambientes justos, além de oferecer um plano de carreira sólido.
No entanto, a não tranquilização por parte dos empregadores pode resultar na perda de talentos valiosos, o que poderia comprometer o nível de serviço prestado aos clientes e consumidores.
A incerteza econômica, aliada ao avanço da tecnologia, é um cenário que aumenta as apreensões dos trabalhadores. Os cortes de vagas em diversos setores, incluindo tecnologia e consultoria, e os desafios enfrentados em indústrias afetadas pela pandemia, como a hotelaria, são fatores que contribuem para esse panorama. Além disso, a emergência de novas ferramentas, como a Inteligência Artificial (IA), também gera apreensões sobre a segurança no emprego.
Em setores específicos, como mídia e informação, 54% dos trabalhadores relatam insegurança no emprego, seguidos pelos setores de hotelaria e lazer, com 51%.
No geral, 62% dos trabalhadores acreditam que nenhuma profissão está imune à atual incerteza econômica. Quanto à implementação de tecnologia, quase um quarto (23%) acredita que a IA se tornará padrão em sua área nos próximos cinco anos, visando a automação de tarefas manuais.
Diante deste contexto, 20% da Geração Z consideraram mudar de setor nos últimos 12 meses, e 25% pensaram em empreender. Além disso, 17% das pessoas com mais de 55 anos ponderaram sobre a chamada "grey resignation", movimento de demissão característico dessa faixa etária.
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