Aumento nos planos de saúde foi a principal contribuição do grupo saúde para a inflação. Alta foi significativamente superior à média de crescimento na indústria de saúde
Pedro Miranda Publicado em 30/01/2024, às 21h04 - Atualizado em 31/01/2024, às 04h46
Os planos de saúde no Brasil enfrentaram reajustes consideráveis, alcançando uma média de até 25% em 2023, conforme apontado por um relatório do BTG Pactual. Essa elevação contrasta fortemente com a inflação oficial do ano, que encerrou em 4,62%, revelando uma disparidade preocupante para os consumidores.
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O aumento de 11,52% nos planos de saúde foi a principal contribuição do grupo saúde para a inflação oficial, conhecida como IPCA. Além disso, a alta dos planos foi significativamente superior à média de crescimento na indústria de saúde, que foi de 14,9%, segundo o estudo do BTG.
A Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) justificou os reajustes anuais como necessários para manter o equilíbrio financeiro, citando um prejuízo operacional acumulado de R$ 20 bilhões nos últimos três anos no setor. A entidade destacou que as mensalidades atuais não são suficientes para cobrir as despesas assistenciais.
Já a FenaSaúde apontou para fatores como a inflação da saúde, a oferta obrigatória de tratamentos caros, ocorrência de fraudes e judicialização como impulsionadores dos aumentos de preços.
A CNN buscou posicionamento das empresas citadas no estudo. A Hapvida indicou que se manifestaria por meio da Abramge, enquanto a Bradesco Saúde seria representada pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde). As demais empresas ainda não se pronunciaram até o momento.
Confira os reajustes identificados pelo ANS Pricing X-Ray, do BTG Pactual:
Unimed: 13,5%
Hapvida: 15%
Amil: 21,2%
Bradesco Saúde: 22,6%
SulAmérica: 25,8%
É importante ressaltar que os planos de saúde individuais ou familiares, com contratos firmados entre o beneficiário e a operadora, têm seus reajustes limitados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Até abril de 2024, o aumento para essa categoria está limitado a 9,63%, refletindo a variação das despesas assistenciais em 2022 comparadas às de 2021.
A complexidade dos reajustes nos planos de saúde coletivos, contratados por pessoas jurídicas, destaca-se, sendo estipulados por livre negociação entre a empresa contratante e a operadora. Esse cenário desafia consumidores e órgãos reguladores a buscarem soluções para garantir acesso a serviços de saúde de qualidade a preços mais acessíveis.
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