As ações da Petrobras chegaram a ter uma desvalorização acima de 40% nos últimos quatro meses
Victor Meira Publicado em 03/02/2023, às 16h18
As ações da Petrobras estão em uma tendência de queda desde meados do mês de outubro. Os papéis preferenciais da estatal, aqueles que pagam preferencialmente os lucros da empresa, chegaram a cair de R$ 37,72 para R$ 21,47, o que representa uma desvalorização de 43,08%.
Mas o que aconteceu com umas empresas mais importantes da bolsa de valores brasileira perder 43,08% do seu valor de mercado em menos de três meses? Quer entender os motivos. Continue a leitura deste artigo no JC Concursos.
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Qual é o principal produto de venda da Petrobras? A produção de petróleo. Logo, quanto maior o preço do combustível, maior será a margem de lucro da empresa. Após a forte alta do preço do barril do petróleo no primeiro semestre de 2022 por conta do conflito entre Rússia e Ucrânia, a commodity está em franco processo de queda.
No auge do conflito, o barril de petróleo custava US$ 125,18. A cotação desta sexta-feira (03) está na casa dos US$ 80. Uma desvalorização de 36,09%. Este fator contribui para a desvalorização das ações da Petrobras.
No mercado financeiro, a interferência política sempre foi um fator de preocupação. Por exemplo, no ano passado, durante o auge da alta de combustíveis, o então presidente Jair Bolsonaro criticou de forma feroz a política de paridade de preços da estatal. Para tentar resolver o “problema”, Bolsonaro trocou, em menos de seis meses, mais de duas vezes o presidente da Petrobras.
Segundo uma reportagem da BBC na época, a estatal perdeu mais de R$ 100 bilhões em valor de mercado em fevereiro de 2021.
A expectativa do mercado é que a interferência política do governo de Luiz Inácio Lula da Silva aumente. Essa influência precifica as ações da Petrobras, principalmente agora no início do Lula 3.
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A polarização política foi outro fator que ajudou a desvalorizar as ações da Petrobras nos últimos cinco meses. Inclusive, foi durante este período, que as ações derreteram mais de 40%.
O mercado financeiro tinha uma predição pela manutenção de Jair Bolsonaro na presidência. Durante a sua gestão, a estatal conseguiu reduzir a dívida com a privatização de diversas refinarias e aumento nos investimentos na infraestrutura. Sem contar o pagamento de dividendos super atrativos, cujo valor chegou a R$ 180 bilhões em 2022. Aliás, este é o quarto motivo para a desvalorização da Petrobras.
O PT é um dos maiores críticos para o pagamento de dividendos robustos da Petrobras. Em novembro, A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticou nesta manhã a possibilidade de a Petrobras vir a distribuir R$ 50 bilhões em dividendos.
Agora com o PT no governo, com a indicação do ex-senador Jean Paul Prates para a presidência da estatal, há uma expectativa dos acionistas da Petrobras receberem um valor menor do lucro das ações.
Este são os principais motivos para queda das ações da Petrobras.
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