Prévia da inflação registra variação negativa e abre espaço para redução dos juros

A prévia da inflação IPCA-15 registrou queda de -0,07% em julho, aumentando a expectativa de redução na taxa Selic. Saiba mais sobre os dados do IBGE e os possíveis impactos na economia

Victor Meira   Publicado em 25/07/2023, às 10h07

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A prévia da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), surpreendeu ao registrar uma queda de -0,07% em julho, sendo 0,11 ponto percentual abaixo da taxa de junho (0,04%). Esses dados foram divulgados nesta terça-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No acumulado do ano, o IPCA-15 apresenta alta de 3,09%, e nos últimos 12 meses, a variação é de 3,19%, abaixo dos 3,40% registrados no período anterior. Esse cenário traz à tona a possibilidade de uma redução na taxa básica de juros, a Selic, e tem gerado expectativas no mercado financeiro.

O impacto da queda nos setores da economia

O resultado do IPCA-15 de julho foi influenciado, em grande parte, pelas quedas nos setores de Habitação (-0,94%) e Alimentação e bebidas (-0,40%), que contribuíram com -0,14 p.p. e -0,09 p.p, respectivamente. Além disso, os preços de Artigos de residência (-0,40%) e Comunicação (-0,17%) também apresentaram recuo. Por outro lado, a maior alta e o maior impacto positivo (0,13 p.p.) vieram do setor de Transportes (0,63%).

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Habitação e Alimentação em foco

No grupo Habitação, a queda de -0,94% deve-se, em grande parte, à redução dos preços da energia elétrica residencial (-3,45% e -0,14 p.p.), influenciada pela incorporação do Bônus de Itaipu nas faturas emitidas em julho. Reajustes em algumas regiões também contribuíram para essa variação. Já no grupo Alimentação e bebidas, a deflação de -0,72% na alimentação no domicílio é destaque, com recuo nos preços do feijão-carioca (-10,20%), óleo de soja (-6,14%), leite longa vida (-2,50%) e das carnes (-2,42%), enquanto a batata-inglesa (10,25%) e o alho (3,74%) apresentaram alta.

Transportes impactados pelos combustíveis e passagens aéreas

No setor de Transportes, o aumento nos preços da gasolina (2,99%) foi o principal responsável pelo crescimento de 0,63% nesse grupo. Entre os outros combustíveis, o gás veicular teve leve alta (0,06%), enquanto óleo diesel (-3,48%) e etanol (-0,70%) apresentaram queda. As passagens aéreas também tiveram um impacto significativo, registrando alta de 4,70% após uma elevação ainda maior em junho.

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Possibilidade de redução da taxa Selic

Com a terceira queda consecutiva no IPCA-15, a expectativa de uma redução na taxa básica de juros, a Selic, tem aumentado. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reunirá na semana seguinte para decidir sobre o movimento dos juros. O mercado financeiro espera que a taxa Selic seja reduzida para 12% ao ano até dezembro, em comparação com a taxa atual de 13,75%.

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