Regiões centrais de São Paulo lideram ranking de violência contra LGBTQIA+

Levantamento foi feito via Lei de Acesso à Informação e analisou os dados de ocorrências que foram registradas pela Polícia Civil ou pelos serviços de saúde da capital paulista

Pedro Miranda   Publicado em 14/05/2024, às 12h55

Agência Brasil

Um estudo recentemente divulgado pelo Instituto Pólis, nesta segunda-feira (13), aponta para um crescimento significativo nas notificações de violência contra a população LGBTQIA+ nos serviços de saúde da cidade de São Paulo. Entre os anos de 2015 e 2023, houve um impressionante aumento de 970% nos registros, totalizando 2.298 casos.

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Dentre as principais constatações do levantamento, destacam-se os seguintes pontos: cerca de 45% das ocorrências relatadas são de violência física, enquanto 29% envolvem violência psicológica e 10% são casos de violência sexual. Alarmantemente, quase metade (49%) dessas agressões ocorreram no ambiente doméstico.

O estudo também revela um dado perturbador: seis em cada dez vítimas de violência LGBTfóbica foram agredidas por familiares ou pessoas conhecidas. Bairros periféricos como Itaim Paulista, Cidade Tiradentes e Jardim Ângela destacam-se como os locais com maior incidência de agressões motivadas por homofobia, lesbofobia e transfobia.

Os números preocupantes não se limitam aos registros de saúde. Quando considerados os boletins de ocorrência registrados pela Polícia Civil, o aumento é ainda mais expressivo, chegando a 1.424% no mesmo período, totalizando 3.868 vítimas. As regiões centrais da cidade, como República, Bela Vista e Consolação, concentram a maioria dessas denúncias.

O diretor-executivo do Instituto Pólis, Rodrigo Iacovini, enfatizou a importância de medidas para combater essa violência crescente. Ele ressaltou a necessidade de tornar os espaços públicos mais seguros, capacitar os profissionais de segurança pública e promover campanhas educativas sobre a criminalização da LGBTfobia. Iacovini destacou ainda a importância de ouvir a população LGBTQIA+ e trabalhar em conjunto para garantir seus direitos.

O levantamento, realizado com base na Lei de Acesso à Informação, analisou dados de ocorrências registradas tanto pela Polícia Civil quanto pelos serviços de saúde da capital paulista. Essa análise revelou a gravidade da situação e a necessidade urgente de medidas eficazes para proteger a comunidade LGBTQIA+ contra a violência e a discriminação.

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