Trabalhadores mais velhos estão mais saudáveis e enfrentam pressões financeiras. Empresas oferecem programas de aposentadoria por fases, permitindo que reduzam o horário de trabalho
Pedro Miranda Publicado em 04/01/2024, às 21h19
Um novo relatório do Pew Research Center revela que a força de trabalho nos Estados Unidos está passando por uma revolução prateada, com um em cada cinco americanos (19%) com 65 anos ou mais empregados em 2024, quase o dobro da porcentagem em 1987. O dado mais surpreendente destaca que trabalhadores com 75 anos ou mais representam o grupo de crescimento mais rápido na força de trabalho.
A análise mostra que a contribuição financeira desses trabalhadores mais velhos mais que triplicou desde 1987, representando 7% de todos os salários pagos pelos empregadores nos EUA em 2024. Especialistas apontam que os benefícios expandidos, como programas de aposentadoria por fases, são fatores-chave para esse fenômeno.
O relatório destaca que 36% das empresas pesquisadas pela consultoria Mercer em 2022 oferecem programas de aposentadoria por fases, permitindo que os trabalhadores reduzam o horário de trabalho, mantenham benefícios e continuem recebendo parte dos salários. Outras empresas introduzem vantagens específicas para grupos etários, como licença remunerada para avós ou benefícios para mulheres na menopausa.
Fatores como melhor saúde, desafios financeiros crescentes, inflação e mudanças nos sistemas de pensões contribuem para a decisão de trabalhar por mais tempo. Os trabalhadores mais velhos estão mais saudáveis, enfrentam pressões financeiras e, muitas vezes, buscam manter o engajamento e a satisfação com a carreira.
O relatório também destaca que, atualmente, os trabalhadores mais velhos ganham mais, com a disparidade salarial em relação aos trabalhadores mais jovens diminuindo. Em 1964, os trabalhadores com 65 anos ou mais ganhavam apenas 19% do salário médio dos trabalhadores mais jovens. Em 2024, eles recebem em média 80% desse salário.
A tendência reflete uma mudança nas atitudes em relação à aposentadoria, com mais pessoas vendo o trabalho como uma forma de se manterem ativas, engajadas e financeiramente seguras na chamada "revolução prateada".
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