Cinco dos 36 sindicatos dos Correios realizarão assembleias nos próximos dias. Correios são responsáveis pela entrega de uma grande parte das encomendas feitas no Brasil
Pedro Miranda Publicado em 22/11/2023, às 21h01
Os sindicatos dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares do Rio de Janeiro (Sintect-RJ) e de São Paulo, Grande São Paulo e Zona Postal de Sorocaba (Sintect-SP) estão promovendo assembleias nesta quarta-feira (22) e quinta-feira (23), respectivamente, para discutir a possibilidade de uma greve na semana da Black Friday.
Segundo o Sintect-SP, a motivação está relacionada à correção de inconsistências identificadas no texto do Acordo Coletivo 2023-2024 da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Essas discrepâncias, apontadas pelos sindicatos filiados à FINDECT, envolvem questões como descontos na antecipação do tíquete peru em pecúnia, que foram parcialmente corrigidos pela empresa, mas ainda apresentam prejuízos significativos para a categoria.
Além das correções no acordo coletivo, os trabalhadores reivindicam a realização de concursos públicos, melhores condições de trabalho e a correção da tabela salarial, solicitando um aumento de R$ 250 para remunerações de até R$ 7 mil e um percentual de 3,53% para salários acima desse patamar.
Os Correios, por sua vez, asseguram que estão operando normalmente em todo o país, com 100% dos empregados presentes e todas as agências abertas. Cinco dos 36 sindicatos dos Correios realizarão assembleias nos próximos dias para decidir sobre a possibilidade de paralisação parcial.
Em resposta à situação, a empresa já tomou medidas preventivas, incluindo a contratação de mão de obra terceirizada, a realização de horas extras, o deslocamento de empregados entre unidades e o apoio de pessoal administrativo.
Destaca-se que os Correios assinaram, pela primeira vez em sete anos, o Acordo Coletivo de Trabalho em 2023, recuperando mais de 40 cláusulas extintas pelo governo anterior. O acordo incluiu aumentos salariais, bolsa de estudos para nível médio e outras melhorias.
Os Correios são responsáveis pela entrega de uma grande parte das encomendas feitas no Brasil, principalmente de compras online. Caso a greve seja aprovada, é possível que haja atrasos ou até mesmo cancelamentos de entregas. Isso pode afetar tanto os consumidores, que podem não receber seus produtos na data prevista, quanto as lojas online, que podem perder vendas.
Os impactos da greve podem ser ainda maiores se considerarmos que a Black Friday é um período de grande movimento para o comércio eletrônico. Em 2022, o Brasil registrou um faturamento de R$ 7,1 bilhões na Black Friday, um aumento de 27% em relação ao ano anterior.
Para evitar os impactos da greve, os consumidores devem ficar atentos às informações divulgadas pelos Correios e pelas lojas online. Algumas lojas podem oferecer alternativas para entrega, como o uso de transportadoras privadas.
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