Reunião do Copom realizada nesta quarta-feira (19) interrompe uma série de reduções da taxa Selic que foi mantida em 10,5% ao ano; Saiba mais
Jean Albuquerque Publicado em 19/06/2024, às 21h42
O Banco Central interrompeu a série de reduções da taxa Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, após sete cortes consecutivos. Na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) realizada nesta quarta-feira (19), a taxa foi mantida em 10,5% ao ano.
A decisão era esperada por analistas do mercado financeiro. A alta recente do dólar e o aumento das incertezas econômicas motivaram a decisão do Copom.
A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu para 0,46% em maio, pressionada principalmente pelos preços dos alimentos após as enchentes no Rio Grande do Sul. O indicador acumula alta de 3,93% em 12 meses, já se distanciando do centro da meta para o ano.
O cenário externo também contribuiu para a decisão. O dólar se valorizou frente ao real nas últimas semanas, gerando preocupações com a inflação importada. Além disso, a guerra na Ucrânia e os lockdowns na China continuam a gerar incertezas no cenário global.
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O ciclo de cortes da Selic, iniciado em agosto de 2023, teve como objetivo estimular a economia brasileira, que ainda se recupera dos efeitos da pandemia de Covid-19. A taxa básica de juros foi reduzida de 13,75% para 10,5% ao ano, o menor nível desde fevereiro de 2022.
De acordo com o Banco Central, a redução da Selic deve contribuir para o crescimento da economia brasileira em 2024. A autoridade monetária estima um avanço do PIB de 1,9% neste ano. O mercado, por sua vez, projeta um crescimento um pouco maior, de 2,08%.
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A taxa Selic é um instrumento importante para o controle da inflação. Ao reduzir a taxa, o Banco Central torna o crédito mais barato, o que pode estimular o consumo e a produção. No entanto, essa medida também pode pressionar os preços para cima.
Por outro lado, ao elevar a Selic, o Banco Central encarece o crédito, desestimulando o consumo e a produção, mas ajudando a controlar a inflação. O Copom precisa encontrar um equilíbrio entre esses dois objetivos ao definir a taxa Selic.
O futuro da taxa Selic dependerá do desempenho da economia brasileira e da evolução da inflação. Se a inflação continuar pressionando, o Copom pode voltar a elevar a Selic. No entanto, se a economia brasileira mostrar sinais de fraqueza, a taxa pode ser mantida no patamar atual ou até mesmo ser reduzida novamente.
O Banco Central divulgará seu próximo relatório de inflação no final de junho, o que poderá fornecer mais pistas sobre as perspectivas para a taxa Selic.
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