Sem apresentar provas, Bolsonaro mantém pedido para anular apenas uma parte dos votos do 2º turno

Presidente do partido de Bolsonaro disse que questionar urnas do 1º turno envolveria um grande número de candidatos. O partido não respondeu questões sobre os certificados digitais das urnas

Pedro Miranda   Publicado em 23/11/2022, às 18h04

Reuters

Mesmo sem apresentar provas, o Partido Liberal (PL) e Bolsonaro mantiveram a solicitação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para anular apenas uma parte dos votos do segundo turno das Eleições 2022. A resposta foi enviada nesta quarta-feira (23) ao TSE, na qual destaca que caso o tribunal entenda necessário, poderá adotar providências sobre os dois turnos do pleito.

“A Coligação autora requer seja mantido como escopo inicial da Verificação Extraordinária o Segundo Turno da Eleição de 2022, e, uma vez constatado o mau funcionamento e a quebra de confiabilidade dos dados extraídos de parte das urnas eletrônicas utilizadas no pleito, esse Tribunal Superior Eleitoral então adote, de forma consequencial, observados os princípios do contraditório e da ampla defesa dos interessados, os efeitos práticos e jurídicos necessários para ambos os turnos das Eleições Gerais de 2022”, afirmou.

Na terça-feira (22) o presidente derrotado e o PL entraram com uma ação no TSE para pedir a anulação de parte dos votos feitos em cinco modelos de urnas no segundo turno das eleições de 2022. A alegação é de que houve “desconformidades irreparáveis de mau funcionamento” em determinados modelos. Após isso, Moraes deu prazo de 24 horas para que fosse acrescentada também dados das urnas usadas no primeiro turno.

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Presidente do PL não responde perguntas sobre certificados digitais das urnas eletrônicas

Toda urna eletrônica, mesmo os modelos mais antigos, possui um certificado digital único. Este certificado não é duplicado e é usado para assinar digitalmente os arquivos de cada urna. Isso permite a verificação individual dos dispositivos e sistemas em execução na urna.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o advogado do partido, Marcelo Bessa, foram questionados várias vezes em coletiva de imprensa por que o argumento da sigla não considera os certificados digitais. Eles não responderam. Disseram que havia sinais de problemas com a auditoria, mas não explicaram por que não queriam usar outros métodos para identificar as urnas individuais.

Valdemar afirmou ainda que questionar as urnas do primeiro turno envolveria um grande número de candidatos e partidos. Assim, o PL achou mais viável apontar os supostos erros nos votos do segundo turno. Além disso, ele disse que o suposto erro nas urnas chegou ao partido na semana passada.

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