TCU aponta superfaturamento na compra de viagra pelas Forças Armadas

Hospital Marcílio Dias da Marinha no RJ gastou mais de 55 mil reais na compra de 15 mil comprimidos de viagra. Prejuízo pode passar de R$ 28 milhões

Pedro Miranda* | redacao@jcconcursos.com.br   Publicado em 08/07/2022, às 21h21

Divulgação/Pfizer

Utilizado para tratar de disfunção erétil, a compra de vários comprimidos de viagra pelas Forças Armadas pode ser tido superfaturada, como aponta a área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU). O Hospital Marcílio Dias da Marinha no Rio de Janeiro gastou mais de 55 mil reais na compra de 15 mil comprimidos de sildenafila (viagra), o equivalente a 3,65 reais cada.

No parecer técnico obtido pelo Jornal Metrópoles, o TCU aponta que “muito embora o edital tenha estimado a compra em R$ 22.226,40, a um custo unitário de R$ 1,47, o HNMD gastou R$ 55.188,00 (15.120 comprimidos a R$ 3,65). Considerando o preço médio indicado no painel de preços, R$ 1,81, conclui-se que as aquisições realizadas pelo HNMD resultaram em um débito de R$ 27.820,80”,

O relatório da Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas (Selog) orienta o TCU a determinar o prazo de 90 dias para que o hospital tome as providências administrativas pertinentes à apuração da dívida e demais questões de seu escopo. O parecer ainda será analisado pelos ministros do Tribunal de Contas. O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) e o senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) entraram com um pedido de investigação no TCU.

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Prejuízo pela compra dos comprimidos de viagra pode passar de R$ 28 milhões

Vaz também denunciou a compra milionária de viagra ao TCU, com sinais de preços até 550% mais altos. O deputado relatou que o Comando Naval e os Laboratórios EMS S/A assinaram contrato para fornecimento de mais de 11 milhões de comprimidos de citrato de sildenafila de 20, 25 e 50 mg de 2019 a 2022. Nesse caso, os prejuízos podem ultrapassar 28 milhões de reais, segundo o parlamentar. No entanto, ainda não há opinião do campo técnico.

O acordo também prevê a transferência de tecnologia para fabricação do medicamento pelo laboratório naval, levantando dúvidas sobre a finalidade da medida e os critérios para as Forças Armadas produzirem as pílulas.

“O contrato com a EMS S/A é, no mínimo, desastroso e a transferência da tecnologia não é suficiente para justificar esse absurdo. Claramente, o patrimônio público está sendo lesado, com autorização do governo Bolsonaro”, disse o deputado Vaz na época.

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