A eficiência do Japão em conter as mortes por armas de fogo está intimamente relacionada à sua história. O país é considerado um dos mais seguros do mundo
Pedro Miranda* | redacao@jcconcursos.com.br
Publicado em 08/07/2022, às 18h22
O assassinato do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe no Japão assustou a população do país. O motivo para essa surpresa é entendida pelo estrito controle de armas de fogo e pela violência política no país ser extremamente rara. Diferente do que muitas pessoas achavam, o porte de arma de fogo no país é legalizado, mas possui regras rígidas. Ao contrário do que acontece, por exemplo, nos EUA, onde notícias de ataques com armas são bastante comuns.
Abe foi baleado enquanto fazia um discurso de campanha e foi levado ao hospital de helicóptero. Sua morte foi anunciada nesta sexta-feira (8), horário do Japão. Em um país onde a violência política é rara, foi percebida uma onda de tristeza em meio a manifestações do primeiro-ministro Fumio Kishida às pessoas comuns nas redes sociais. A última vez que um ex-primeiro-ministro foi morto foi há quase 90 anos.
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Como descreve o site Coisas do Japão, o sucesso do Japão em conter as mortes por armas de fogo está intimamente relacionado à sua história. Após a Segunda Guerra Mundial, o pacifismo tornou-se uma das principais filosofias do país. Por razões de segurança, a polícia começou a transportar armas depois que os militares dos EUA as fabricaram em 1946.
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A partir de 1958, a lei japonesa também afirma que "ninguém deve possuir uma arma de fogo ou armas de fogo ou uma espada ou espadas". Desde então, o governo relaxou a lei, mas o fato de o Japão impor o controle de armas sob a proibição é significativo. Além disso, é também uma das principais coisas que difere o Japão dos EUA, onde a Segunda Emenda permite que as pessoas tenham armas de fogo.
Para adquirir o porte de uma arma no país, os japoneses precisam cumprir alguns critérios. É necessário fazer um curso em tempo integral, passar em um teste escrito e atingir pelo menos 95% de precisão no teste de tiro. Também passam por avaliações de saúde mental e verificação de antecedentes em hospitais, onde o governo investiga seu histórico criminal e entrevista amigos e familiares.
Eles só podem comprar espingardas e rifles de ar (sem revólveres), e a cada três anos têm que refazer os cursos e exames iniciais. O Japão também abraçou a ideia de que quanto menos armas em circulação, menos mortes. Cada prefeitura, com uma população que varia de 500 mil a 12 milhões, pode operar até três lojas de armas; novos pentes de armas só podem ser comprados descartando pentes vazios; quando o dono da arma morre, os parentes devem entregar a arma de fogo do membro falecido.
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