Estudo também destacou a segurança do imunizante. Impactos da chikungunya no Brasil são significativos, com mais de 143 mil prováveis casos em 2023
Pedro Miranda Publicado em 13/11/2023, às 20h03
Uma esperança significativa surge no combate à chikungunya com os resultados promissores da vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a empresa de biotecnologia Valneva. Conforme os dados da fase 3 do ensaio clínico conduzido no Brasil, a vacina demonstrou induzir resposta imune em impressionantes 98,8% dos adolescentes entre 12 e 17 anos.
Além da eficácia notável, o imunizante revelou um perfil de segurança satisfatório, independentemente da exposição prévia à chikungunya. Essas informações serão fundamentais para solicitar a aprovação do produto tanto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil quanto na European Medicines Agency (EMA) na Europa. A previsão é submeter o pedido de aprovação à Anvisa no primeiro semestre de 2024.
Esse avanço segue a recente aprovação da vacina para adultos pela Food and Drug Administration (FDA) nos Estados Unidos, tornando-se o primeiro imunizante autorizado globalmente contra a chikungunya.
O estudo clínico, que contou com a participação de 750 jovens em áreas endêmicas de diversas cidades brasileiras, revelou que, após a aplicação de uma única dose, 98,8% dos participantes sem histórico de contato prévio com o vírus desenvolveram anticorpos protetores. Para aqueles com histórico de infecção prévia, a positividade foi de 100%.
Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan, expressou otimismo diante dos resultados, afirmando que a vacina é segura e capaz de induzir uma alta resposta imune. O estudo também destacou a segurança do imunizante, com a maioria das reações adversas sendo leves a moderadas e resolvidas em cerca de três dias.
Essa vacina, resultado de um acordo de transferência de tecnologia entre o Instituto Butantan e a Valneva, em 2020, tem potencial não apenas para revolucionar a prevenção da chikungunya, mas também para ser produzida e disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil.
Os impactos da chikungunya no Brasil são significativos, com mais de 143 mil casos prováveis registrados somente em 2023. O aumento de mais de 100% nos casos entre 2021 e 2022 ressalta a urgência de soluções eficazes contra essa doença transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, que podem causar dores crônicas e complicações sérias, especialmente em recém-nascidos e idosos com comorbidades.
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