Ministra da Saúde, Nísia Trindade, revelou essa atualização em uma audiência pública realizada nesta quarta. A vacina é destinada a pessoas com idade entre 4 e 60 anos
Pedro Miranda Publicado em 09/08/2023, às 18h29
Em um movimento importante no cenário de saúde, o laboratório japonês Takeda Pharma formalizou uma solicitação para a inclusão da vacina Qdenga, projetada para combater a dengue, no Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, revelou essa atualização em uma audiência pública realizada nesta quarta-feira (9) perante a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.
Durante a audiência, a ministra compartilhou: "O Ministério da Saúde tem mantido diálogo com a empresa Takeda, que também colabora com a Hemobrás para o Fator 8 contra a hemofilia. Essa empresa está em diálogo conosco. Entrou agora, no dia 2 de agosto, com a solicitação formal de sua incorporação."
A vacina Qdenga, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março deste ano, é destinada a pessoas com idade entre 4 e 60 anos, independentemente de terem tido exposição prévia ao vírus da dengue.
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A sua administração ocorre através de duas doses subcutâneas, com um intervalo de três meses entre as aplicações. A eficácia da vacina contra todos os sorotipos combinados da dengue, para indivíduos sem infecção anterior pelo vírus, foi observada em 66,2%. Já entre aqueles que já foram infectados anteriormente (soropositivos), o índice de eficácia alcançou 76,1%.
O próximo passo para a possível incorporação da Qdenga no SUS é a avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec). O contexto de aumento das preocupações com a dengue no Brasil, agravado por fatores ambientais e mudanças climáticas, torna a incorporação de novas vacinas e tecnologias de controle dos vetores uma estratégia fundamental para lidar com essa questão de saúde pública.
A ministra Nísia Trindade também destacou a importância de abordar a dengue de maneira holística: "A dengue é um problema de saúde pública no Brasil que acompanho, pela minha trajetória na Fiocruz, há 40 anos, junto aos melhores especialistas. Sabemos que tem causas ambientais profundas e, com a mudança climática, tem se agravado no nosso país. Novas vacinas são fundamentais, mas, junto com elas, tecnologias de controle dos vetores, entre outras ações."
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