O Brasil recebeu a primeira remessa da vacina da dengue, a Qdenga, que será disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS)
Mylena Lira Publicado em 21/01/2024, às 19h57
No último sábado (20), o Brasil recebeu a primeira remessa da vacina da dengue, que será disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A chegada das 720 mil doses do imunizante chamado Qdenga, cedidas sem custo pelo laboratório japonês Takeda Pharma, marca um avanço significativo na prevenção da dengue no país.
O Ministério da Saúde está programado para receber, ainda, aproximadamente 600 mil doses adicionais da fabricante, totalizando 1,32 milhão de doses. Além disso, como parte do esforço para combater a doença, o governo adquiriu 5,2 milhões de doses, que serão entregues gradualmente até novembro.
Diante da capacidade limitada de produção do laboratório, o total de 6,52 milhões de doses representa a disponibilidade máxima para este ano.
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Mais de 3,2 milhões de pessoas poderão ser vacinadas em 2024, uma vez que o esquema vacinal exige a aplicação de duas doses, com um intervalo mínimo de 90 dias entre elas.
Neste ano, a vacinação terá como alvo crianças e adolescentes com idades entre 10 e 14 anos. Esta faixa etária concentra o maior número de hospitalizações por dengue, sendo priorizada para receber a imunização. A previsão é que as primeiras doses sejam aplicadas a partir de fevereiro.
A distribuição das doses será realizada de acordo com critérios estabelecidos em conjunto pelo Ministério da Saúde e os conselhos das Secretarias de Saúde de estados e municípios. As vacinas serão destinadas a municípios de grande porte com alta transmissão nos últimos dez anos e população residente igual ou superior a 100 mil habitantes.
O Brasil se destaca como pioneiro ao oferecer a vacina contra a dengue de forma universal pelo sistema público de saúde. A decisão de incorporar a vacina foi tomada em dezembro de 2023 e rapidamente aprovada pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec).
Nos próximos dias, o Ministério da Saúde divulgará a lista dos municípios contemplados e detalhará a estratégia de vacinação. As doses recebidas recentemente passarão pelos trâmites de liberação da Alfândega e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sendo encaminhadas posteriormente ao Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde.
O Ministério da Saúde solicitou prioridade nesses processos, com previsão de conclusão ao longo da próxima semana.
A vacina Qdenga, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda Pharma, foi aprovada pela Anvisa em março do ano passado e já está disponível em clínicas privadas desde julho. Seu uso é destinado a pessoas com idades entre 4 e 60 anos, independentemente da exposição prévia à dengue e sem a necessidade de teste pré-vacinação.
Composta por quatro sorotipos distintos, a vacina utiliza a tecnologia de vírus atenuado, modificando o vírus da dengue para infectar sem causar a doença. O esquema de duas doses, com intervalo de 90 dias, alcançou uma eficácia de 80,2% contra a dengue, proporcionando uma proteção de 12 meses após a segunda aplicação.
Devido à sua composição com vírus enfraquecido, a vacina é contraindicada para gestantes, lactantes, pessoas com imunodeficiência ou em tratamento imunossupressor. A Anvisa ainda não aprovou a aplicação em idosos, considerando o risco potencial de desenvolvimento da doença devido à imunidade mais baixa nesse grupo.
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