Decisão é vista como um avanço importante para a inclusão de pessoas transgênero na Igreja Católica. CNBB também se manifestou sobre a medida do Vaticano
Pedro Miranda Publicado em 10/11/2023, às 14h45 - Atualizado às 23h27
O Vaticano anunciou que pessoas transgênero podem ser batizadas e apadrinhar pessoas e casamentos na Igreja Católica. A decisão foi tomada e publicada na quarta-feira (8) pelo Dicastério da Doutrina da Fé, em resposta a uma série de perguntas feitas pelo bispo brasileiro José Negri, da diocese de Santo Amaro.
A decisão é vista como um avanço importante para a inclusão de pessoas transgênero na Igreja Católica. Até então, a Igreja proibia que pessoas transgênero fossem batizadas ou assumissem papéis de liderança nas cerimônias religiosas.
A nova decisão estabelece que pessoas transgênero podem ser batizadas se não houver "risco de causar um escândalo público ou desorientação entre os fiéis". A decisão também permite que pessoas transgênero sejam padrinhos de batismo e de casamentos, mas a decisão final fica a critério dos padres, que devem ter prudência ao tomar suas decisões.
O Papa Francisco, que é conhecido por sua postura inclusiva em relação à comunidade LGBTQIA+, defende que as pessoas transgênero devem ser acolhidas e respeitadas pela Igreja. Em 2020, ele disse que as pessoas transgênero são "criadas por Deus" e que a Igreja deve "estar perto delas".
A decisão do Vaticano foi recebida com reações positivas por parte de grupos que defendem os direitos LGBTQIA+. A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT) afirmou que a decisão é "um marco histórico" e que "representa um avanço importante para a inclusão e a aceitação de pessoas transgênero na sociedade".
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também se manifestou sobre a decisão, afirmando que ela "é um passo importante para a Igreja Católica na sua caminhada de acolhida e inclusão de todas as pessoas".
No entanto, a medida também foi criticada por alguns grupos conservadores. A Associação Brasileira de Juristas Católicos (ABJC) afirmou que a decisão é "um retrocesso" e que "vai contra os ensinamentos da Igreja".
A decisão do Vaticano ainda precisa ser implementada nas dioceses e paróquias de todo o mundo. É importante que os líderes religiosos locais sejam capacitados para acolher e incluir pessoas transgênero na comunidade católica.
Pessoas transgênero são pessoas que não se identificam com o gênero que lhes foi atribuído ao nascer. Por exemplo, uma pessoa que nasce com um corpo masculino, mas se identifica como mulher, é uma pessoa transgênero.
A identidade de gênero é uma experiência pessoal e subjetiva. Não existe uma única maneira de ser transgênero. Pessoas transgênero podem se identificar como homens, mulheres, não-binários ou com outros gêneros.
A transgeneridade é uma condição humana natural e não é uma doença ou distúrbio mental. Veja alguns termos importantes relacionados à transgeneridade:
É importante lembrar que a transgeneridade é um espectro. Não existe uma única maneira de ser transgênero. Cada pessoa transgênero tem uma experiência única.
+ Acompanhe as principais informações sobre Sociedade e Brasil no JC Concursos
Sociedade Brasil