As vendas no varejo subiram quase todos os setores no comércio varejista, com exceção dos hipermercados e artigos farmacêuticos
Victor Meira | victor@jcconcursos.com.br Publicado em 10/05/2022, às 10h49
Após um período complicado com o avanço da variante Ômicron, as vendas no varejo seguem com uma tendência de recuperação no mercado. De acordo com os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que foi divulgada hoje (10), as vendas no comércio varejista subiram 1% em março, bem acima da expectativa do mercado financeiro, que esperava um aumento de apenas 0,7%.
Ao comparar os resultados com março de 2021, o indicador aponta um crescimento de 4%, enquanto que o consenso do mercado era de 2,1%. Já nos resultados do primeiro trimestre de 2022, o avanço foi de 1,3% na comparação com o mesmo período do ano passado.
As vendas no varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, cresceram 0,7% em março, ante a queda de 0,1% da expectativa do mercado.
Já em relação a comparação com o mês de março de 2021, o varejo ampliado cresceu 4,5%, bem acima da projeção do mercado, que era de 2,8%.
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O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, aponta que essa é a terceira alta consecutiva nas vendas no varejo. Ele ainda informa que essa é a primeira vez que o índice sobe por três meses seguidos desde maio a outubro de 2020, que marca a primeira recuperação do setor durante a pandemia de covid-19.
“A trajetória vinha sendo claudicante, irregular. Esses três meses de alta significam um trimestre forte, embora os crescimentos ainda não sejam homogêneos entre todas as atividades”, afirma.
As vendas no varejo em março de 2022 voltaram a ficar acima do patamar pré-pandemia (2,6%), anterior a fevereiro de 2020. No caso do varejo ampliado, o indicador ficou um pouco menor, com 1,7%.
Entretanto, Cristiano relata que a recuperação ainda não é difundida entre as atividades, já que seis setores estão abaixo do patamar pré-pandemia, e quatro acima, considerando o comércio varejista ampliado.
As vendas no varejo tiveram alta em seis das oito atividades estudadas. Segundo o IBGE, destaque para o desempenho dos equipamentos e material para escritório, informática e comunicação e para outros artigos de uso pessoal e doméstico, com altas de 13,9% e 3,4%, respectivamente.
O Cristiano Santos destaca que o bom desempenho é consequência da boa contribuição das lojas de departamentos. “As grandes varejistas começaram a ensaiar uma retomada das lojas físicas, com expansão principalmente no Nordeste e Norte, mas em todo o país”.
No setor de material de escritório e informática, o movimento é de reposicionamento depois de alguns meses de queda. “Captou-se grandes promoções, já que o dólar não valorizou ante o real no período, pelo contrário. Com isso, artigos dessa natureza costumam ficar mais acessíveis”, relata Santos.
“Outros setores que apresentaram alta em março foram livros, jornais, revistas e papelaria (4,7%), combustíveis e lubrificantes (0,4%), móveis e eletrodomésticos (0,2%) e tecidos, vestuário e calçados (0,1%)”, informa o IBGE.
Em contrapartida, duas atividades apresentaram diminuição no volume de vendas: hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,2%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-5,9%).
*com informações do IBGE
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