O horário de verão, que vigorou no Brasil de 1985 até 2018, não deve ser adotado novamente em 2023. Entenda por quê não há necessidade de adiantar os relógios em uma hora neste ano
Pedro Miranda Publicado em 02/10/2023, às 23h17 - Atualizado em 09/10/2023, às 05h34
Após anos de debates e controvérsias, o horário de verão, que vigorou no Brasil de 1985 até 2018, não deve ser adotado novamente em 2023. A medida foi extinta em 2019, e este ano não há indícios de seu retorno, de acordo com informações do Ministério de Minas e Energia.
O principal motivo para a ausência do horário de verão é a estabilidade no suprimento energético do país. Tanto a área técnica do Ministério quanto o ministro Alexandre Silveira afirmam que não há necessidade de adiantar os relógios em uma hora neste ano, graças às boas condições dos reservatórios das usinas hidrelétricas.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os níveis de Energia Armazenada (EAR) nos reservatórios estão previstos para se manterem acima de 70% em setembro na maioria das regiões, o que representa uma situação estável para o sistema.
Em comparação, em setembro de 2018, último ano de implementação do horário de verão, a EAR dos reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste estava em 24,5%, enquanto em 2023 esse percentual está em 73,1%.
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Além disso, o aumento na oferta de energia elétrica nos últimos anos, com a expansão das usinas eólicas e solares, contribui para a decisão de não retomar a medida. Essa mudança no panorama energético do país tornou o horário de verão menos relevante para o setor elétrico.
O horário de verão, que tinha como objetivo original aproveitar a luz natural e reduzir o consumo no horário de pico à noite, perdeu sua eficácia devido às mudanças nos padrões de consumo de energia dos brasileiros, com maior uso de eletricidade durante as tardes, principalmente devido ao uso de aparelhos de ar-condicionado.
A iluminação, que costumava ser uma parte significativa do consumo de energia, tornou-se menos relevante com a adoção de lâmpadas mais econômicas e eletrodomésticos eficientes. Atualmente, o maior consumo residencial está relacionado à climatização.
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