Polícia Civil de SP terceirizará 1ª fase de concursos

Decreto do governador Geraldo Alckmin permite que seleções não sejam mais exclusividade da Acadepol. Das 701 vagas autorizadas, as 56 de perito criminal serão as próximas a saírem

Redação   Publicado em 17/05/2012, às 15h51

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), publicou na última quinta-feira (10) decreto que permite à Polícia Civil terceirizar seus concursos públicos para ingresso em carreiras policiais.

O objetivo é viabilizar que organizadoras especializadas elaborem e apliquem, pelo menos, a primeira fase de avaliação das seleções (prova objetiva), antes atribuída exclusivamente à Academia de Polícia (Acadepol).

“Queremos que futuros policiais sejam motivados a ser policiais. Então, é melhor que um órgão externo, de qualidade e confiança, ofereça uma imagem positiva sobre o processo”, afirma o delegado geral da corporação, Marcos Carneiro Lima.

Confira a íntegra do decreto publicado no Diário Oficial do Poder Executivo, no arquivo anexo.

Organizadora

Apesar de não oficializar a decisão, o delegado deu indicativos de que o concurso fique mesmo a cargo da Fundação Vunesp. A mudança no decreto, efetivada agora, era o último passo para que a decisão acontecesse. A expectativa é a de que a organizadora seja conhecida nesta semana.

“Precisa ser uma fundação, ou instituição, sem fins lucrativos, com qualidade técnica e credibilidade”, reforça. A organizadora será responsável pela primeira fase. Já o exame oral foi eliminado de todas as carreiras, exceto na de delegado.

Ele lembra que também haverá um exame psicotécnico, eliminatório e aplicado por outro órgão externo. “Isso porque é uma análise impessoal, onde o avaliador não sabe quem é a pessoa do candidato”.

Primeiro edital

Ainda segundo o delegado, o primeiro edital previsto para ser lançado será para o cargo de perito criminal, que deverá contar com 56 oportunidades para nível superior, com salários de R$ 6.484,30. Segundo ele, problemas ocorridos na última seleção para o posto motivaram essa urgência.

Além de perito, a Polícia Civil já tem autorização para promover novas seleções às funções de auxiliar de papiloscopista (113) e atendente de necrotério (22), carreiras que requerem formação de nível fundamental; e papiloscopista (103) e auxiliar de necropsia (16), ambas para quem possui nível médio completo.

Os salários iniciais máximos são de R$ 2.310,64, para auxiliar de papiloscopista, e R$ 2.838,40, para auxiliar de necropsia e papiloscopista.

Também serão abertas 391 vagas para agente de polícia, com salário entre R$ 2.562,30 e R$ 2.757,30.  A carreira requer nível médio e CNH categoria “D”.

Mais 2 mil vagas

A corporação também aguarda a autorização, por parte do governador, de 1.100 vagas de agente e 900 de escrivão.  Ambos os cargos são para candidatos com nível superior em qualquer área do conhecimento.

Concursos todos os anos

Durante a audiência, o delegado afirmou que a Polícia Civil de São Paulo conta, atualmente com um quadro de 41 mil policiais. “Mas temos uma defasagem de quase oito mil. Precisamos da autorização para preencher estes cargos vagos”, lembra.

A ideia, segundo ele, é a de que a corporação passe a promover seleções anuais para suprir esse déficit. “Vamos fazer os (concursos) desse ano de forma célere, porque queremos uma programação anual. Por exemplo, em janeiro para tais vagas, em fevereiro para outras, até para que o próprio candidato possa se organizar”.

George Corrêa