Em entrevista, Marco Carboni comenta a expectativa em relação ao processo seletivo, o cargo de auditor do ISS e ainda dá dicas para os futuros concorrentes
Redação Publicado em 13/10/2011, às 12h03
Um dos órgãos mais visados pelos candidatos com nível superior, a Secretaria Municipal de Finanças da Prefeitura de São Paulo está credenciada a abrir concurso público. No último dia 6, o prefeito Gilberto Kassab autorizou a instituição a preencher 52 postos de auditor fiscal tributário, além dos que surgirem até a data de publicação do edital (limite de 120 vagas). O despacho divulgado no Diário Oficial era esperado desde o fim de agosto de 2010, quando a assessoria de imprensa do órgão revelou que a pasta pretendia realizar uma nova seleção.
O cargo que estará em disputa no processo seletivo é voltado a profissionais que concluíram o nível superior. As oportunidades destinam-se a graduados em qualquer área do conhecimento.
Um fator que chama a atenção de milhares de candidatos nos concursos da secretaria é o salário dos auditores fiscais, considerado bastante atrativo. O valor atual pago aos servidores fica na casa dos R$ 12 mil. No edital da última seleção, que ocorreu em 2006, a quantia já empolgava os concorrentes: R$ 9.867,08. O vencimento era composto de salário básico de R$ 1.400,21 e gratificações por produtividade fiscal de R$ 4.587,08 e R$ 3.879,79.
A instituição ainda não se manifestou sobre os trâmites referentes à escolha da organizadora do processo seletivo e a previsão de lançamento do edital. Vale lembrar que a empresa responsável pelo último concurso foi a Fundação Carlos Chagas. Na ocasião, a taxa custou R$ 84 e os participantes enfrentaram quatro provas com um total de 240 questões objetivas. Os exames, aplicados em dois dias, tiveram perguntas sobre as seguintes disciplinas: administração pública, atualidades, auditoria, contabilidade geral, direito administrativo, direito civil, direito comercial, direito constitucional, direito penal, direito tributário, finanças públicas, informática, legislação tributária municipal, matemática/estatística/raciocínio lógico e português.
O extenso conteúdo programático das seleções para auditor fiscal tributário é reflexo do nível de responsabilidade e do status conferidos à função. A concorrência costuma ser grande e os candidatos mais empenhados iniciam os estudos bem antes de o edital ser publicado. Para se ter uma ideia, muitos já se preparam desde o ano passado, mas ainda dá tempo de encarar o desafio. Segundo o coordenador pedagógico dos cursos fiscais do Complexo Educacional Damásio de Jesus, Marco Carboni, quem ainda não começou a estudar também pode se dar bem nas provas, mas é preciso se empenhar desde já. Na entrevista a seguir, o coordenador fala sobre a carreira de auditor, a expectativa em relação ao processo seletivo e dá dicas para os futuros concorrentes.
JC&E – Dada a sua experiência em cursos preparatórios, o concurso da Secretaria Municipal de Finanças de São Paulo gera interesse em muitos candidatos de nível superior? Por quê?
Marco Carboni – Sim, gera um grande interesse, mas gera interesse em São Paulo e adjacências. A gente vê uma pequena parcela das pessoas que prestam o concurso vinda do Rio de Janeiro. Existe um grande interesse porque trata-se de um concurso tido como de elite. É um concurso de nível superior que paga excelentemente bem para quem começa a exercer o cargo, além de dar status. Outro fator que chama a atenção é o horário flexível de trabalho para a execução das atividades externas. O fiscal pode atuar em diferentes setores, no caso da fiscalização externa, ele trabalha na rua, por isso o horário é mais flexível. O profissional tem uma obrigação a fazer, que é a de fiscalizar “tal coisa” em 15 dias, por exemplo, portanto, não precisa permanecer o tempo todo na empresa.
JC&E – Qual é a expectativa em relação à abertura do concurso?
MC – O concurso é muito aguardado. O prefeito acabou de autorizá-lo e o próximo passo será criar uma comissão de fiscais que terá a responsabilidade de licitar a banca organizadora. O processo de licitação dura, normalmente, 30 dias. Após ser nomeada, a banca, juntamente com a comissão, irá preparar o edital e publicá-lo. Na minha opinião, como a autorização saiu agora, acredito que o edital seja publicado no fim de dezembro ou no começo de janeiro, com provas marcadas para mais ou menos fim de março ou começo de abril. As pessoas interessadas precisam se preparar com cursos mais intensivos, senão não vai dar tempo. O concurso tem muitas disciplinas, é mais generalista do que específico, ou seja, as pessoas têm que saber toda a disciplina. A prova não é simples. Em relação à banca organizadora, a Esaf tem chances, mas é provável que seja a Fundação Carlos Chagas, que é uma empresa regional.
JC&E – Já existem turmas formadas se preparando para esta seleção? Como é o ritmo de estudos desses candidatos?
MC – Sim. Há turmas estudando para este concurso há mais de um ano. O interesse é grande e vai aumentar por conta da autorização divulgada no Diário Oficial.
JC&E – O conteúdo programático do concurso é extenso. Quanto tempo de estudo você julga necessário para que o candidato se saia bem na prova?
MC – É um conteúdo que envolve mais de 19 disciplinas com nível de complexidade alto. A carga é pesada e o pessoal se dedica muito para o concurso. Pelo fato de o salário também ser alto, a concorrência acaba sendo maior. Devido ao nível, ao status e à responsabilidade do cargo, a secretaria não pode contratar um pessoal corporativo despreparado. O tempo de preparação varia de candidato para candidato, depende de quantas horas ele vai dedicar aos estudos daqui para frente. É necessário fazer um planejamento estratégico: você tem que dar mais ênfase e “atacar” as disciplinas com maior peso. Com seis meses de estudo intenso, de dedicação ferrenha e exclusiva, é possível estar bem preparado para o concurso.
JC&E – Que conselho você dá aos interessados que ainda não começaram a se preparar?
MC – Quem está começando a se preparar agora deve ficar atento às disciplinas que poderão dar um gancho para as demais matérias: português, direito constitucional, direito administrativo, direito tributário, contabilidade e raciocínio lógico, por exemplo. Aconselho aguardar o edital para estudar a parte de legislação específica do ISS, pois é possível que haja alguma alteração neste sentido.
Flávio Fernandes/SP
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