Tribunais de diversas regiões abrirão concursos

Estão previstas oportunidades para o TRE/SP, TSE/DF, TCE/SE e TRF/RJ e ES. Confira os detalhes das seleções e dicas de estudo

Redação   Publicado em 28/04/2011, às 08h47

“Os tribunais são atrativos pela grande oferta de vagas e pelo histórico de chamar muito mais aprovados do que é previsto no edital. Para o candidato isso é muito bom, pois mesmo ficando em uma colocação não muito satisfatória ainda assim terá condições de ser chamado até o fim da validade da seleção”. O comentário acima, feito pelo diretor da Academia do Concurso, Paulo Estrella, é uma visão do que acontece quando um edital com oportunidades para órgãos da área jurídica é publicado: os concursandos ficam atraídos pelas ótimas chances e a concorrência, aparentemente, se torna acirrada.

Neste aspecto, os tribunais se destacam por disponibilizar ofertas de diferentes níveis escolares e com salários bem atrativos. Pensando nisso, o JC&E reúne, nesta edição, as principais seleções previstas para diferentes tribunais, tanto em âmbito estadual quanto federal.

TRE/SP – O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo prepara concurso para as carreiras de técnico e analista judiciário. As propostas de empresas organizadoras já começaram a ser analisadas em caráter preliminar. A ressalva se deve ao fato de que a comissão da seleção não definiu o quadro de vagas e especialidades que estarão no próximo edital.

Os salários iniciais, hoje, têm valores de R$ 3.993,09 para técnico e de R$ 6.551,52 para analista, mais benefícios.

 

Em 2006 foi aberto o último processo seletivo do TRE/SP , que contou com 63 oportunidades de técnico judiciário e 255 chances imediatas e formação de cadastro para analista.

TSE/DF – O Tribunal Superior Eleitoral, órgão com sede em Brasília (DF), deve publicar no segundo semestre deste ano o edital de seu próximo concurso. Serão oferecidas vagas em sistema de cadastro reserva para as áreas de técnico e analista judiciário.

A comissão, atualmente, traça as áreas que têm maior necessidade de servidores. De acordo com a assessoria de imprensa do TSE, para nível médio haverá oportunidades de técnico administrativo, com salário inicial de R$ 4.052,96. Profissionais com formação em direito poderão inscrever-se para a carreira de analista judiciário para a área judiciária. O salário inicial será de R$ 6.611,39.

TCE/SE – O Tribunal de Contas do Sergipe continua os trabalhos para a realização do processo seletivo para 100 ofertas de nível médio e superior, que contará com organização da Fundação Carlos Chagas (FCC). O edital deve ser publicado em breve.

Concursandos com nível médio completo poderão inscrever-se às 50 vagas de assistente de controle externo, carreira cujo salário-base é hoje de R$ 550,51, fora as gratificações.

Candidatos que tenham nível superior completo poderão concorrer às 50 oportunidades de técnico de controle externo. O vencimento inicial é de R$ 886,61, sem considerar gratificações e benefícios.

TRF 2 – O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF 2), que atende os Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, irá abrir processo seletivo para juiz substituto (nível superior). O edital deve sair até o mês de maio e o salário inicial é de R$ 21.766,16.

Segundo a assessoria de imprensa do órgão, em tese, há um déficit de 41 juízes federais substitutos no TRF 2. Esse cálculo considera que há 134 unidades judicantes – soma que inclui varas e juizados especiais federais – nos dois Estados, sendo que há apenas 80 profissionais no Rio de Janeiro e 13 no Espírito Santo. Vale destacar que essa avaliação não considera as 15 novas unidades judicantes que deverão ser inauguradas até 2014 no Rio de Janeiro.

Atualização: TRT 23 – O JC&E errou ao incluir o Tribunal Regional do Trabalho da 23ª região (MT) na lista dos tribunais que lançarão concursos em breve. A matéria foi publicada em 28 de abril na internet e na edição 1586 do jornal impresso. Conforme a assessoria de imprensa do órgão havia informado, antes mesmo que os projetos de lei números 5.549/09 e 7.621/10, que solicitam a criação de 110 vagas, fossem aprovados, seria lançado um edital para formar cadastro reserva. O documento, com oportunidades para os cargos de técnico judiciário (nível médio) e analista judiciário (superior), foi divulgado em março – clique aqui para conferir.

Antecipe os seus estudos – As provas dos concursos voltados à área jurídica geralmente cobram conhecimentos de disciplinas específicas, mas algumas são comuns em quase todos os processos seletivos, entre elas português, informática e direito administrativo. A seguir, você confere dicas de estudo de professores e a opinião de um especialista sobre carreira na área jurídica.

Agnaldo Martino, professor de língua portuguesa da LFG:

“No geral, os tópicos cobrados nas provas são gramática, interpretação de texto e redação. Na parte de gramática, os candidatos devem estudar sintaxe, regência, crase, concordância, pontuação, emprego dos modos e tempos verbais, coesão e coerência. Quanto à regência, além de conhecer os verbos e preposições, é preciso verificar os pronomes relativos, interrogativos e oblíquos. É importante ficar atento ao sujeito de referência, que pode estar antes ou depois do verbo, para dar concordância à frase.

No que diz respeito à pontuação, é importante alertar que não se use apenas uma vírgula quando houver termos interferentes. O uso do travessão para substituir a vírgula também deve ser considerado.

Para a redação, é preciso traçar um plano antes de começar a redigi-la. Cada assunto deve estar em um parágrafo diferente: o de introdução precisa ser objetivo e claro, revelando o tema e o posicionamento sobre ele; enquanto o de conclusão deve ser uma paráfrase da introdução.”

Bruno Guilhen, professor de informática da LFG:

“No geral, a informática é dividida em dois padrões. O primeiro é teórico, ou seja, o candidato vai ter que pegar um livro, ou até mesmo pesquisar na internet, e estudar. A parte teórica para concursos é composta por três matérias, todas sobre conceitos: segurança; internet e intranet; e hardware e software. Destes conceitos, o que mais costuma cair nas provas é o de internet. A diferença entre vírus e trojan, que confunde muitos candidatos, também é bastante cobrada nos exames.

O segundo padrão de informática é prático, mas não basta saber usar o computador. Os candidatos têm que estudar usando os editores de texto, as planilhas eletrônicas e os navegadores, além das ferramentas dos programas – principalmente saber onde os menus ficam localizados. Os concursandos devem praticar no computador e depois treinar longe da máquina, fazendo exercícios para simular a situação-prova.”

Fabrício Bolzan, professor de direito administrativo da LFG:

“Quando se trata de concursos para técnico e analista, em níveis estadual e federal, caem muitos textos de lei envolvendo as principais legislações do país. Um exemplo importante é a lei de licitações e contratos nº 8.666/93, que trouxe novidades em 2010: preferência em relação às empresas nacionais; nova hipótese de licitação dispensável; e contratos públicos.

É comum caírem muitas jurisprudências nas provas e a Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) merece atenção especial. Outro exemplo é a súmula vinculante de número 5 (2008) do STF, que diz que o servidor público não precisa estar obrigatoriamente acompanhado de advogado para fazer a sua defesa: o STF pacificou uma questão que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendia o contrário, ou seja, para o STJ a presença do advogado era obrigatória, mas a posição que prevalece é a do STF; isso confunde muitos candidatos.”

Paulo Estrella, diretor da Academia do Concurso, fala sobre carreira na área jurídica:

“Os tribunais, de uma forma geral, oferecem vagas de nível superior para a área jurídica (bacharéis em direito), que podem estar divididas em áreas como processual e execução de mandados. Mas existem cargos de nível superior para qualquer formação, como analista judiciário (área administrativa).

Essas informações valem para os tribunais ligados ao poder judiciário. Os Tribunais de Contas do Município e do Estado são órgãos independentes ligados ao poder legislativo e fazem o controle das contas de municípios e Estados. A formação do profissional para esses tribunais não possui qualquer semelhança com a preparação necessária para um Tribunal Regional Eleitoral, Tribunal de Justiça , Tribunal Reginal Federal etc. A preparação para os Tribunais de Contas é muito semelhante à preparação dos candidatos para a área fiscal.

Os cargos de nível médio mais oferecidos são os de técnico administrativo (área administrativa), técnico administrativo (área de segurança) e técnico administrativo (área de tecnologia de informação). Os dois últimos podem exigir curso técnico dependendo do tribunal e do edital. O mais comum é a exigência de nível médio completo para o técnico administrativo (área administrativa e área de segurança).”

Aline Viana e Flávio Fernandes/SP

Matéria atualizada em 02/05/11

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