Concurso PF: Bolsonaro confirma elaboração de edital

Concurso PF (Polícia Federal) deverá contar com 2.000 vagas para as carreiras policiais, mas também há expectativa de 508 vagas nas áreas administrativas

Patricia Lavezzo | patricia@jcconcursos.com.br   Publicado em 08/10/2020, às 10h34 - Atualizado às 14h39

Divulgação

O concurso PF (Polícia Federal) está mais próximo de acontecer! Em solenidade realizada nesta quinta-feira, dia 8 de outubro, na Academia Nacional de Polícia, em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro confirmou a elaboração do novo edital.

Durante seu discurso, Bolsonaro destacou que um novo edital está sendo construído para recompor o efetivo da PF. "Conseguimos junto ao ministro da Economia a oportunidade de mais 2 mil vagas para o ano que vem. Estamos ultimando a confecção do edital de modo que o mais rapidamente possível possamos ter esse efetivo a mais para somar a vocês, para combater o crime organizado em nosso País", disse o presidente. 

Embora a autorização formal do novo concurso PF ainda não tenha sido publicada em Diário Oficial, a corporação já se programa e conta com um cronograma previamente estabelecido. Os trabalhos já estão sendo conduzidos internamente, uma vez que o presidente Jair Bolsonaro confirmou que a seleção já está autorizada. Desta forma, quem pretende ingressar na carreira já pode se programar melhor, tendo como base esse cronograma prévio.

Ainda que passíveis de eventuais alterações, esses prazos já foram confirmados pela corporação, que pretende publicar o edital de abertura de inscrições no mês de dezembro. Para isto, a expectativa é de que o nome da banca organizadora seja anunciado até este mês de outubro. A aplicação das provas objetivas está prevista para ocorrer em abril de 2021, com realização dos testes de aptidão física em junho e dois cursos de formação, respectivamente, em janeiro e junho de 2022.

Concurso PF: saiba mais sobre os cargos autorizados

De acordo com declaração do presidente Jair Bolsonaro, o concurso PF será para o preenchimento de 2.000 vagas, todas destinadas para as carreiras policiais. As opções são para cargos de nível superior, com iniciais de até R$ 22.672,48.

As  2.000 vagas para as áreas policiais deverão ser distribuídas da seguinte: agente (1.016), delegado (300), escrivão (600) e papiloscopista (84). As remunerações iniciais são de R$ 11.983,26 para agente, escrivão e papiloscopista e R$ 22.672,48 para delegado.

Cogita-se, internamente, a possibilidade de alteração na quantidade de vagas para alguns cargos, de acordo com os interesses da corporação, com a possibilidade, inclusive, de diminuir o total de postos para delegado para incluir algumas vagas para peritos, desde que as remunerações sejam compatíveis e a mudança não acarrete aumento de gastos para o governo.

Concurso PF: também há concurso em pauta para carreiras administrativas

Além do concurso PF para a área policial, a corporação pretende receber aval do governo para preencher vagas em cargos administrativos. Neste caso, o pedido já encaminhado ao Ministério da Economia é para 508 oportunidades, destinadas para quem possui  ensino médio  e nível superior, com remunerações iniciais que variam de R$ 4.746,16 a R$ 7.841,95, com jornada de trabalho de 40 horas semanais.

Para estas carreiras, a distribuição ocorre da seguinte forma: agente administrativo (349), administrador (21),  arquivista (8), assistente social (10), bibliotecário (1), contador (9),  economista (3), enfermeira (3), engenheiro (1), estatístico (4), farmacêutico (1), médico (65), nutricionista (1), odontólogo (11), psicólogo (5), técnico em assuntos educacionais (13) e técnico em comunicação social (3). 

Destas opções, o destaque é para a carreira de agente administrativo, que pede apenas ensino médio e conta com remuneração inicial de R$ 4.746,16, incluindo 2.279,16 de salário básico e R$ 2.467 de gratificação de desempenho de atividade de apoio técnico administrativo.

Para os demais cargos, que pedem nível superior, a remuneração, exceto para os médicos,  é de R$ 5.776,47, incluindo salário básico de R$ 2.402,74 e gratificação de atividade de apoio técnico administrativo de R$ 3.374.

Para os médicos, o inicial é de R$ 7.841,95, incluindo o salário básico de R$ 4.804,95 e a gratificação, no valor de R$ 3.037.

Concurso PF: como fica a situação com a reforma administrativa

Em 3 de setembro, Bolsonaro confirmou, em sua live semanal no Youtube, que mesmo com a reforma administrativa, a estabilidade dos aprovados no concurso PF continua mantida. Na ocasião, reforçou que, no caso da PF e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a estabilidade dos servidores será mantida, por se tratar de carreiras típicas de estado. "Em uma parte do Executivo está sendo feita a reforma administrativa. Algumas carreiras típicas  de estado continuarão sendo (estáveis), como a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Advocacia Geral da União, etc..", disse. Porém, não deixou claro se isso se refere a todos servidores, incluindo as áreas administrativas.

De acordo com a reforma, após aprovação no concurso, os aprovados serão submetidos a um período de experiência. Para as carreiras de estado, este prazo será de dois anos e após três os servidores contarão com estabilidade garantida. Para as outras funções, o prazo será de um ano, mas os aprovados não contarão com garantia de estabilidade.

Independência do concurso PF

Vale lembrar que, de acordo com o decreto 9.739, de 28 de março de 2019, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, a PF (Polícia Federal) não precisa de autorização do Ministério da Economia para realizar um novo concurso público.

No caso da PF, a liberação de novos concursos fica sob a responsabilidade do diretor-geral do órgão, podendo ocorrer sempre que a necessidade atingir 5% do quadro de pessoal ou em caso de menor percentual, de acordo com determinação do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Último concurso PF (Polícia Federal)

Iniciado em 2018, o último concurso PF contou com uma oferta de 500 vagas, sendo 150 para delegado, 60 para perito criminal, 80 para escrivão, 30 para papiloscopista e 180 para agente. Ao todo, a seleção registrou 147.744 inscritos. Para todos os cargos foi exigida formação de nível superior, com iniciais de R$ 11.983,26 para agente, escrivão e papiloscopista e R$ 22.672,48 para delegado e perito. 

No ano de 2013, outro concurso da Polícia Federal foi realizado e ofereceu 566 vagas, sendo 534 para agente administrativo, com opções em todos os estados. Para nível superior, as oportunidades foram para o Distrito Federal. A banca organizadora foi o Cespe e a prova objetiva contou com 120 itens para todos os cargos, sendo 50 sobre conhecimentos básicos e 70 de conhecimentos específicos, além de prova discursiva para os cargos de nível superior.

Para agente administrativo, a parte de conhecimentos básicos contou com temas sobre língua portuguesa, noções de informática, raciocínio lógico, atualidades, noções de direito administrativo e noções de direito constitucional.

Para os cargos de nível superior, a parte de conhecimentos básicos versou sobre língua portuguesa, raciocínio lógico, noções de informática, noções de direito administrativo e noções de direito constitucional.

concursos publicos concursos federais

Leia também

Concurso Ministério da Economia tem banca definida; confira
Concurso PRF: edital pronto para sair este ano, segundo diretor
Concurso Banco do Brasil: privatização é descartada por novo presidente
Concurso TRF 3 confirmado! Comissão formada para juiz
Concurso Ibama: edital é cobrado em audiência no STF

Sobre PF - Polícia Federal

A Polícia Federal tem origem em 10 de maio de 1808, quando a Intendência-Geral de Polícia da Corte e do Estado do Brasil foi criada, por D. João VI. O órgão tinha as mesmas atribuições que tinha em Portugal. Com o decreto 6.378, de 28 de março de 1944, a antiga Polícia Civil do Distrito Federal, que funcionava no Rio de Janeiro, no governo de Getúlio Vargas, foi transformada em Departamento Federal de Segurança Pública (DFSP), subordinado ao Ministério da Justiça e Negócio Interiores. Posteriormente, em 13 de junho de 1946, com o decreto-lei 9.353, foi atribuída competência ao DFSP, em todo território nacional, para serviços de polícia marítima, área de fronteiras e apurações de diversas infrações penais.