Vai participar do Enem 2019? Confira algumas dicas para evitar erros gramaticais comuns
Douglas Terenciano | douglas@jcconcursos.com.br Publicado em 30/07/2019, às 13h28 - Atualizado às 13h35
O português possui regras gramaticais complexas, cheias de detalhes e particularidades que fazem a nossa língua ser considerada tão única. Alguns erros costumam ser praticamente imperceptíveis, principalmente se considerarmos a diferença entre oralidade e escrita. Listamos, neste post, 10 erros gramaticais muito comuns, para que você não corra o risco de cometê-los na redação e garanta uma boa nota na competência 1, que avalia o bom domínio da modalidade escrita. Confira:
Foi mal ou mau na prova de matemática?
O correto é mal, que é um advérbio de modo, não varia, e seu antônimo é a palavra bem. Portanto, “foi mal na prova de matemática, mas muito bem na de português!” Mau é um adjetivo, portanto, varia de acordo com gênero e número (maus, má, más) e seu antônimo é bom.
Ex.: Apesar de todos saberem que ele é um mau caráter, foi muito bom ao oferecer ajuda.
Pronunciamos quase da mesma forma, mas essas duas palavras têm sentidos bem diferentes. Mas é uma conjunção adversativa, portanto, introduz uma ideia contrária à que foi dita anteriormente.
Ex.: Disse que chegaria cedo, mas atrasou.
Mais é um advérbio de intensidade, seu antônimo é a palavra menos. Indica a soma ou a quantidade de algo.
Ex.: Ele é o irmão mais velho. / Disse que viriam mais de seis amigos de uma vez só!
Temos quatro “porquês” diferentes na língua. Sim! Mas apesar de parecer confuso demais, não é! Veja: Porque → juntinho e sem acento equivale a explicação ou resposta. Pode ser substituído por “pois”. Ex.: Não foi bem na prova porque não teve tempo de estudar.
Porquê → juntinho e com acento equivale a razão, motivo. Ele vira um substantivo e, por isso, pede um artigo antes. Ex.: Não sabemos o porquê de tanta confusão.
Por que → separado e sem acento só vem no início de frases interrogativas ou substituindo a expressão “pelo(a) qual”. Ex.: Por que não me avisou que faltaria?
Por quê → separado e com acento só aparece no final das frases. Ex.: Ela não foi trabalhar por quê?
Os parônimos “perca” e “perda” geram muitas dúvidas quanto ao uso e não podem ser confundidas. Veja abaixo uso correto:
Perca é a flexão do verbo “perder”. Ex.: Não perca o ônibus! (3ª pessoa do singular do imperativo) Espero que o Luís não perca essa oportunidade! (3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo)
Perda é um substantivo, que significa deixar de possuir algo. A palavra admite artigos, pronomes ou numerais antes. Ex.: A perda daquela família foi maior do que imaginávamos.
A não ser que você queira dizer que algo, literalmente “atravessou”, o ideal é que se use a expressão por meio ou por intermédio.
Ex.: O governo deve impedir que o problema persista, por meio de investimentos na área.
O acento diferencial na palavra “tem” diz respeito ao singular e plural de uso no presente do indicativo.
Ex.: Ele tem. Eles têm.
Neste caso, a diferença dessas duas palavras estão nos verbos dos quais derivam. Aja é uma das conjugações do verbo agir, enquanto haja é uma das conjugações do verbo haver! Ex.: Esperamos que você aja com decência! Tomara de haja comida suficiente para todos.
A fim, separado, significa “com propósito de”, ou seja, trata-se de intenção ou finalidade. Já o afim se refere a semelhança ou ligação.
Ex.: A fim de resolver a questão, propus que fizéssemos uma reunião. / Eles têm objetivos afins.
Senão pode ser substituído pela expressão “do contrário”, enquanto se não pode ser substituído pela expressão “caso não”, uma condicional.
Ex.: Melhore a letra, senão o professor não entende o que está escrito. Se não chegar cedo, vai perder o café.
No discurso, o esse é usado para retomar algo que já foi dito ou um termo já mencionado. O este, por sua vez, introduz uma ideia ou um termo que ainda será citado.
Ex.: O prefeito já está criando novas leis. Essa mudança será benéfica a todos. A matéria de amanhã é esta: movimento migratório.
Obs.: essa é a regra básica do uso do pronome demonstrativo no discurso. A colocação possui, ainda, outras especificidades.
Texto adaptado em parceria com QG do Enem.
enemO Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi criado para avaliar o desempenho escolar e acadêmico ao final do ensino médio. Os resultados podem: possibilitar a constituição de parâmetros para a autoavaliação do participante, visando a continuidade de sua formação e a sua inserção no mercado de trabalho; permitir a criação de referência nacional para o aperfeiçoamento dos currículos do ensino médio; ser usados como mecanismo único, alternativo ou complementar para acesso do à educação superior, especialmente, a ofertada pelas instituições federais de educação superior; permitir o acesso do participante a programas governamentais de financiamento ou apoio ao estudante da educação superior; ser utilizados como instrumento de seleção para ingresso nos diferentes setores do mundo do trabalho; e viabilizar o desenvolvimento de estudos e indicadores sobre a educação brasileira.