Enquanto isso, 1,7 bilhões de profissionais moram em países que a inflação é maior do que o salário
Victoria Batalha Publicado em 17/01/2023, às 08h05 - Atualizado às 08h12
Um relatório anual da Oxfam, que foi publicado neste último domingo (15), mostrou que 1% dos mais ricos acumulou duas vezes mais riquezas do que o restante do mundo em apenas dois anos da pandemia, tendo um aumento da fortuna em US$ 26 trilhões, já 99% dos mais pobres tiveram um aumento de US$ 16 trilhões de seu patrimônio líquido.
Porém, é a primeira vez que tanto a pobreza extrema e a riqueza extrema aumentam ao mesmo tempo em 25 anos.
Foi usado dados da Forbes para fazer o relatório, que foi agendado para ser publicado durante a época da reunião anual do Fórum Econômico Mundial na Suíça. Nesta reunião se encontram algumas das pessoas mais ricas do mundo, assim como líderes mundiais.
Em contrapartida, 1,7 bilhão de profissionais moram em países em que a inflação supera o salário. Provavelmente a redução da pobreza está parada no ano passado, já que o número de pessoas pobres teve um aumento em 2020.
Mesmo que muitas das riquezas dos mais ricos tenham caído no ano passado, os bilionários globais estão mais ricos agora do que eram no início da pandemia do Covid-19. De acordo com a Oxfam, o patrimônio líquido dessas pessoas totaliza US$ 11.9 trilhões. O que significa que é US$ 8,6 trilhões a mais em comparação a março de 2020.
Os motivos são vários para isso, principalmente por causa das ações. Uma outra razão é que muitas empresas tiveram uma melhora no desempenho. Já que ao menos 95 empresas de energia e alimentos dobraram seus lucros no ano passado, de acordo com a Oxfam. Ou seja, com a inflação aumentando os preços das coisas, grande parte do dinheiro foi entregue aos acionistas.
Outras tendências de longo prazo também ajudam nesse fator. Como a perda dos direitos dos trabalhadores e uma maior concentração do mercado. Isso faz com que a desigualdade aumente.
A pobreza teve um crescimento acelerado durante o início da pandemia. Mesmo que esse aumento tenha dado uma diminuída. Mas a guerra na Ucrânia fez com que os preços dos alimentos e energia aumentassem.