A desigualdade social é reforçada no estudo sobre pobreza no Brasil. A quantidade de pretos e pardos é quase o dobro dos brancos que estão abaixo da linha da pobreza
De acordo com o levantamento da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais (SIS), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil bateu o recorde de pessoas em situação de pobreza e de extrema pobreza em 2021.
Aproximadamente, um a cada três brasileiros, 29,4% da população, estão neste grupo de vulneráveis economicamente. Sem contar que 8,4% dos brasileiros estão na faixa da extrema pobreza.
O estudo aponta que até o ano passado, 62,5 milhões de pessoas estavam em situação de pobreza, situação na qual elas sobrevivem com menos de 5,50 dólares por dia (cerca de R$ 28,68). Além disso, 17,9 milhões de brasileiros sobrevivem com apenas 1,90 dólares por dia (cerca de R$ 9,91).
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Os critérios por dólares e a classificação de pobreza são realizados pelo Banco Mundial.
Segundo o IBGE, tanto os números absolutos quanto as porcentagens são as maiores desde o início da série histórica em 2012.
A pandemia de covid-19 contribuiu para o avanço da pobreza no Brasil. Durante os biênios de 2020/21, o contingente abaixo da linha da pobreza cresceu 22,7%, o que significa mais 11,6 milhões de pessoas nessa situação, e o das pessoas na extrema pobreza aumentou 48,2%, ou mais 5,8 milhões.
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A pesquisa ainda cita que o pobreza é “distribuída” de forma desigual, sendo que a proporção de pretos e pardos abaixo da linha da pobreza (37,7%) é mais que o dobro do que a proporção de brancos (18,6%).
Ao considerar as regiões do país, o Nordeste (48,7%) e o Norte (44,9%) lideram as maiores proporções de pessoas pobres no Brasil.
Em 2021, o rendimento domiciliar por pessoa caiu para R$ 1.353, o menor nível desde 2012. e o Índice de Gini voltou a crescer e chegou a 0,544, segundo maior patamar da série.
O Índice de Gini é um instrumento para medir o grau de concentração de renda, apontando a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. O índice varia de zero a um, sendo que zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. Já o um significa o extremo da desigualdade, ou seja, uma só pessoa detém toda a riqueza.
*com informações do IBGE e da Agência Brasil
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