Maior montadora chinesa vai gerar milhares de empregos na Bahia

A montadora chinesa irá assumir o Polo Automotivo de Camaçari, antes ocupada pela Ford e desativada em 2021

Victoria Batalha   Publicado em 06/03/2023, às 10h04 - Atualizado às 10h10

Divulgação

Foi confirmado pelo governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), a negociação com a montadora chinesa, BYD, para assumir o Polo Automotivo de Camaçari, última fábrica da Ford no país, em parceria com o Governo Lula. 

O governador da Bahia pretende viajar para China, para uma reunião com os representantes da BYD. Esta semana, uma comitiva chinesa deve desembarcar em solo brasileiro para avaliar o modelo de negócios e confirmar o número de produtos, fábrica de automóveis, ônibus e caminhões. 

A BYD irá se pronunciar oficialmente no mês de abril, divulgando mais detalhes sobre a negociação. Para poder pôr em prática, a montadora chinesa vai investir cerca de R$ 3 bilhões. A princípio, a meta é produzir em torno de 30 mil veículos por ano, com modelos de SUVs, picapes e de porte médio, incluindo versões híbridas e elétricas. Após um tempo, a empresa pretende aumentar a capacidade de produção para 150 mil veículos ao ano. 

A empresa também vai produzir nas novas instalações chassis de caminhões e ônibus, carros de passeio híbridos e elétricos, além de que vão processar lítio e ferro fosfato para baterias. É pretendido que as duas unidades devem ficar prontas para operação em 2024 e a terceira vai iniciar a funcionar em janeiro de 2025. 

A instalação voltada para o processamento de ferro fosfato e lítio vai utilizar material extraído de território nacional como insumo. O foco da fábrica de chassis é abastecer o mercado das regiões Norte e Nordeste do Brasil. 

BYD

A BYD é a maior fabricante de carros elétricos do mundo e está presente no Brasil desde 2015, abrindo a sua linha de produção em 2017 no país, com instalações em Campinas/SP

O Polo Automotivo de Camaçari foi desativado pela Ford em 2021, onde cerca de quatro mil profissionais ficaram desempregados com a decisão do fabricante norte-americana de se retirar do Brasil. É esperado que a iniciativa da BYD gere 1.200 empregos diretos apenas no período de implantação.