Devido a crise de saúde no território Yanomami, Ministério da Saúde vai acelarar o processo de contratação de profissionais de saúde
Victoria Batalha Publicado em 24/01/2023, às 09h46 - Atualizado às 09h52
Devido a grave crise de saúde no território Yanomami, o Ministério da Saúde está considerando adiantar o edital do Programa Mais Médicos para o recrutamento de profissionais de saúde, sejam formados no Brasil ou no exterior.
Os profissionais selecionados irão atuar nos Distritos Sanitários Indígenas (Dsei) de forma permanente, incluindo no Dsei Yanomami.
O edital será único e quando das vagas para brasileiros foram todas ocupadas, as remanescentes serão automaticamente destinadas aos brasileiros que se graduaram no exterior. Caso ainda fiquem vagas sobrando, profissionais estrangeiros poderão participar. A ideia principal é facilitar o trabalho e suprir o atendimento aos distritos indígenas.
O Secretário de Atenção Primária à Saúde (SAPS), Nésio Fernandes, destacou que antes tinham um edital voltado apenas para brasileiros, outro edital para brasileiros formados no exterior e um edital separado para estrangeiros, mas devido a necessidade e urgência nos territórios indígenas e em destaque aos Yanomami, vão fazer um único edital.
Há apenas 77 médicos alocados em Dsei, mas a SAPS está garantido no momento recursos para o edital. O Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami é o que mais precisa de profissionais entre os territórios, já que possui apenas 5% das vagas ocupadas. Por esta razão, um novo edital já será feito nesta semana.
O Programa Mais Médicos (PMM) é um esforço do Governo Federal com apoio dos estados e municípios que procuram uma melhoria no atendimento dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Que leva médicos para regiões onde há ausência ou escassez de médicos e também oferece investimentos para a construção, reforma e ampliação das Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Desde o dia 16 de janeiro, equipes do Ministério da Saúde estão presente na região Yanomami, um território indígena que conta com 30 mil habitantes.
As equipes encontraram diversos idosos e crianças em estado grave de saúde, com desnutrição acentuada em muitos casos de infecção respiratória aguda (IRA), casos de malárias, além de outros problemas graves.