O profissional de Relações Internacionais é responsável pela análise das relações internacionais contemporâneas. Visão global do sistema e do mundo é fundamental
Redação Publicado em 16/07/2019, às 14h48 - Atualizado às 14h51
O profissional de Relações Internacionais é responsável pela análise das relações internacionais contemporâneas. Deve ser capaz de compreender a linguagem e as relações dos fenômenos internacionais, de maneira que possa projetar tendências, construir cenários futuros e formular políticas que levem ao futuro desejado.
Basicamente, atua em duas áreas: governamental e privada. Na primeira, desempenha atividades direta ou indiretamente relacionadas à diplomacia, isto é, projeta e representa os interesses de seu País, Estado ou município nas relações bilaterais e multilaterais estabelecidas pelos mesmos. Ele também pode trabalhar em uma organização internacional e se tornar um funcionário público internacional.
Já na área privada, delineia uma ação no campo da gestão de negócios internacionais. Tal ação poderá se dar na área de empresas que estão ou pretendem atuar no ambiente internacional, seja por intermédio da exportação de mercadorias, serviços ou capitais.
Para Sidney Ferreira, especialista na área, o campo de atuação desse profissional está em construção. Segundo ele, diariamente surgem novas oportunidades instigadas pela interdependência econômica, financeira e política que caracteriza o mundo contemporâneo. "O Brasil tem crescido menos que a média mundial. Muitas oportunidades estão disponíveis no mercado internacional. Não apenas as grandes, mas as pequenas e médias organizações precisam de um profissional capaz de oferecer uma visão abrangente dos cenários que caracterizam o sistema internacional", explica.
De acordo com Sidney, a tendência é que pequenas e médias empresas, cada vez mais, procurem atuar também no ambiente internacional, o que, para ele, resultaria em crescimento das oportunidades na área de Consultoria. "As empresas vão necessitar de orientação, definição dos melhores mercados, identificação dos marcos regulatórios dos países, apresentação de planos com as melhores alternativas de inserção em uma economia para a qual ainda não estão preparadas. Nesse momento, o Internacionalista deve se fazer presente e responder aos desafios", ressalta.
De acordo com o especialista, o mercado precisa de Internacionalistas com uma boa formação em economia política internacional e com conhecimentos na área de administração de negócios internacionais. "É uma área que necessita de profissionais muito bem preparados e com uma visão global e total do sistema e da comunidade internacional. Também é importante ter uma boa formação cultural, conhecer línguas, gostar de conhecer outros povos, viajar, discutir política, história e geografia e, como em todas as áreas, ler e estudar sempre", enfatiza Sidney.
Sidney lembra que o curso de Relações Internacionais cresceu bastante nos últimos anos. Isto porque, segundo ele, até o início dos anos 1990 existiam poucos cursos e todos voltados para a área diplomática. "Instigadas pela interdependência e pelo aumento significativo da internacionalização da economia brasileira, as instituições de ensino superior investiram na criação desse curso, cuja duração é de quatro anos", conta Ferreira, que acrescenta: "os cursos [de RI] procuram dar uma formação abrangente aos alunos nas principais áreas do sistema internacional ou enfatizam um campo específico.
O profissional de Relações Internacionais encontra um campo de trabalho bem consolidado em países desenvolvidos. Contudo, no Brasil, a carreira ainda está longe do esperado, no atual cenário de globalização. "O segmento tem crescido, mas em um ritmo que muitas vezes não acompanha o ingresso dos novos profissionais que ano a ano entram no mercado. Todavia, as expectativas para os próximos anos são positivas, pois o processo de internacionalização da economia é um fenômeno que parece irreversível e, com ele, novos postos e opções de trabalho devem ser criados", prevê o especialista.
Para Sidney, a carreira do Internacionalista pode ser qualificada como uma ‘moeda com as duas faces’. Ele explica: "por um lado, terá que quebrar os preconceitos de um campo relativamente novo de trabalho. Por outro, poderá aproveitar os cenários de internacionalização que oferecem amplas e novas possibilidades de inserção na área de planejamento e implementação de projetos", analisa.
Este texto foi atualizado em julho de 2019.