Ele conhece cidades, Estados e Países diferentes. Saiba mais sobre o que faz e como trabalha o Comissário de Voo
Ele conhece cidades, estados e países diferentes, cada dia fala com pelo menos uma dezena de novas pessoas, se veste bem e é, na maioria das vezes, tratado com respeito e cordialidade. Mas sua tarefa exige alto grau de responsabilidade, formação, autocontrole e paciência. Também lhe acarreta várias horas e dias longe da família. Como toda profissão, há os prós e os contras. Saiba mais sobre o que faz e como trabalha o Comissário de Voo.
Garantir a segurança de quem está a bordo de um avião é a principal tarefa do Comissário de Voo. Ele é treinado para orientar o passageiro sobre possíveis situações de emergência e prestar os primeiros socorros em caso de incidente ou acidente, além, é claro, de zelar pela tranqüilidade e conforto do viajante.
Já há algum tempo, inclusive, as denominações ‘comissário de bordo’ e ‘aeromoça’ começaram a cair em desuso, justamente para evitar comparações relacionadas às funções de recepcionar e servir como um garçom.
Bem por isso, apesar de a exigência escolar ser apenas o ensino médio, é preciso possuir conhecimentos específicos e sólidos sobre a profissão e a aviação, obtidos por meio de cursos de formação e postos à prova em testes aplicados ou supervisionados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
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Também é fundamental saber lidar com o público, ser capaz de manter o autocontrole em circunstâncias inesperadas e ter consciência de que, apesar de proporcionar a oportunidade de conhecer lugares e pessoas os mais diferentes possíveis – o que certamente é um chamariz -, a profissão não deixa de ser arriscada (tanto que o Comissário tem direito a adicional de periculosidade) e dificulta, de certa forma, a convivência com a família. O Comissário de Voo chega a ficar alguns dias por semana fora de casa por conta do trabalho.
Além disso, é preciso ter, no mínimo, 18 anos e altura de 1,58m para mulheres e 1,65m para homens.
Quem deseja ingressar na carreira de Comissário de Voo precisa, primeiramente, matricular-se em um curso de escola reconhecida pela Anac. Nesse curso, o aluno cumpre uma grade obrigatória de disciplinas práticas e teóricas: segurança e emergência/sobrevivência na selva, direito do trabalho, regulamentos da profissão, segurança de voo, sistema de aviação civil e código da aviação civil, primeiros socorros, higiene, medicina aeroespacial, conhecimento geral de aeronaves, teoria de vôo, navegação e meteorologia.O tempo de duração do curso depende da quantidade de aulas feitas por semana. No Centro Educacional da Aviação do Brasil (Ceab), em São Paulo, por exemplo, há três opções: curso regular, de quatro meses; curso intensivo, de dois meses; e curso com aulas apenas aos sábados, durante seis meses.
Terminado o curso, o aluno é submetido a um exame aplicado pela Anac. Se aprovado, recebe a licença de voo e pode procurar emprego – cada empresa tem um critério próprio de seleção. Caso contrário, terá que repetir o curso.
Empregado, o Comissário de Voo recebe instruções sobre as aeronaves em que irá trabalhar. Essas instruções são realizadas em simulador (‘mock-up’), num total de 27 horas-aula. Isso é preciso porque operar um Airbus não é o mesmo que operar um Fokker ou um Boeing. E operar um Airbus A-320 não é o mesmo que operar um Airbus A-330. Cada aeronave demanda uma habilitação específica.
Após o período de instrução, a empresa aérea oferecerá estágio em voo de, no mínimo, 15 horas, sendo que, destas, uma deverá ser destinada à realização de exame prático, aplicado por profissionais credenciados pela Anac.
Comprovado o estágio e ocorrendo a aprovação no exame, a empresa solicitará à Anac a expedição do Certificado de Habilitação Técnica (CHT) do contratado, podendo ele, a partir de então, exercer a atividade profissional.
Mesmo assim, na maioria das empresas, o Comissário ainda atua os dois ou três primeiros meses sob a supervisão de um outro Comissário, sendo chamado de "trainee" ou "quinto da tripulação". "Quinto" porque a regra é ter um Comissário para cada porta do avião (com exceção das que fazem transporte executivo, as aeronaves possuem quatro portas).
A lei da oferta e procura não é diferente no caso do Comissário de Voo e, em razão disso, segundo Marcelo Brandi, especialista na área, os salários foram achatados nos últimos anos. Mesmo assim, há espaço para pessoas determinadas.
"O sucesso profissional depende do esforço e dedicação de cada um, assim como em qualquer carreira", afirma Sonia Maria Soares Cardoso, ex-Comissária de Voo."Atualmente os jovens têm a possibilidade de buscar um mercado de trabalho bem mais amplo do que em minha época", diz Sonia, que trabalhou durante dez anos em voos nacionais.
Como representante de escola de formação, Sonia recomenda o estudo de idiomas. "Ter uma segunda língua não é obrigatório em algumas companhias aéreas, mas sempre é um diferencial".
Como representante de escola de formação, Sonia recomenda o estudo de idiomas. "Ter uma segunda língua não é obrigatório em algumas companhias aéreas, mas sempre é um diferencial".
Este texto foi atualizado em julho de 2019.
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