Uma das maiores preocupações atualmente é prever quais serão os impactos da pandemia do novo coronavírus nos empregos e profissões
Douglas Terenciano | douglas@jcconcursos.com.br Publicado em 02/07/2020, às 13h28
Uma das maiores preocupações atualmente é prever quais serão os impactos da pandemia do novo coronavírus nos empregos e profissões. Segundo os estudos da McKinsey Global Institute (MGI), a Europa vinha apresentando os melhores resultados de emprego e renda até a chegada da doença. No atual contexto pandêmico, a queda de emprego e renda local varia entre 18% e 30%, com maior incidência em atividades que exigem habilidades físicas e manuais.
Essa dado impacta diretamente os trabalhadores menos instruídos, jovens e homens que podem ter suas funções substituídas pela automação. Estes têm maior probabilidade de perder o emprego. “Em outras palavras, ser jovem e ter menos que o ensino médio, significa ficar mais tempo sem poder ingressar no mercado de trabalho automatizado, focado no uso intensivo de tecnologias digitais”, explica Elton Schneider, diretor da Escola Superior de Negócios do Centro Universitário Internacional Uninter.
Schneider explica que o trabalho administrativo ou de escritório, será realizado a distância, muito provavelmente nas casas, pela internet; as pessoas que trabalharão em atividades físicas nas empresas, terão alto grau de formação, conhecimento e domínio de tecnologia, altas habilidades matemáticas e estatísticas para o trabalho com big data. “Os trabalhadores da indústria terão como conhecimento básico exigido, os conhecimentos em computação, robótica e mecatrônica como bases cientifico tecnológicas, ao mesmo tempo em que, precisarão de altas habilidades cognitivas, sócio emocionais, de treinamento e desenvolvimento humano, bem como, a capacidade de gerenciar projetos e equipes a distância”, afirma.
Além disso, a MGI prevê um crescimento de 39% na procura por profissionais com conhecimento tecnológico no período pós-pandemia. “Engenheiros de produção, computação, eletrônica, mecatrônica, analistas de sistemas e outros mais que já estavam em falta, vão continuar em falta”, explica o diretor da Uninter. Para pessoas com habilidades em gerenciamento de equipes e projetos, treinamento e desenvolvimento, o crescimento será de 30%. Pessoas com altas habilidades cognitivas, capacidade de aprender com tecnologia, domínio de matemática e estatística, 28%.
As áreas com potencial de empregos estarão voltadas aos profissionais com alto grau de formação, ou seja, graduação, pós-graduação, dupla graduação, para o desenvolvimento de novas habilidades. De acordo com Schneider, as profissões atuais de engenheiro, administrador, contador, jornalista e professor não irão desaparecer, mas exigirão dos profissionais que estão no mercado novas competências.
Ainda de acordo com o estudo da MGI, um dos maiores efeitos da transformação digital virá na modificação da forma como são realizadas as atividades e trabalhos, na forma como se exercem as profissões. “As funções não deixarão de existir, vamos fazer mais, vamos fazer diferente, as máquinas serão responsáveis por muito do que fazemos atualmente, precisamos utilizar o tempo liberado para atividades de maior valor agregado, de maior inteligência aplicada, para atividades de maior relacionamento interpessoal, para fazermos aquilo que somos realmente bons, não para a digitação de pedidos, de textos, de ordens, para a conferência de atividades executadas por outros, mas para o uso da inteligência em larga escala”, finaliza Schneider.
Os empregadores também terão dificuldades de encontrar novos trabalhadores com as habilidades necessárias e em remunerar este novo profissional, em entender que agora estão contratando não apenas mão de obra para suas empresas, mas que estarão contratando inteligência, criatividade e inovação em um único contrato de trabalho.
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