Desafio de fumar cotonetes viraliza no TikTok entre jovens; atitude pode prejudicar pulmão

O novo desafio do TikTok de fumar contonetes, que fez sucesso em países da Europa chegou ao Brasil e está preocupando pais e especialistas

Pedro Miranda   Publicado em 08/11/2022, às 17h58

Divulgação/Canaltech

Fumar cotonetes. Parece algo irracional, que ninguém jamais faria, mas quando se trata de jovens, a realidade é outra. O novo desafio do TikTok que fez sucesso em países da Europa chegou ao Brasil e está preocupando pais e especialistas, que destacam os riscos à saúde do pulmão provocados pela liberação de toxinas a partir da queima do produto. Além de causar doenças respiratórias, com a necessidade de internação em casos graves, o uso ainda pode provocar o surgimento de câncer.

Em vídeos postados nas redes sociais, os jovens podem ser vistos acendendo a haste flexível, conhecida como "cotonete", usada para limpeza dos ouvidos, nariz e umbigo. Eles então inalam a fumaça do algodão queimado (nas extremidades) e do plástico da haste. O pneumologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP) Cláudio Luiz Ferraz, disse ao Correio Braziliense que a queima desses materiais libera substâncias tóxicas para o pulmão e para a saúde.

“Estudos científicos ainda vão se aprofundar sobre os riscos, mas, em princípio, o plástico quando submetido à combustão libera substâncias comprovadamente cancerígenas. Ou seja, a exposição por um longo prazo pode aumentar, inclusive, o risco de câncer.” Por outro lado, o algodão contém fibras orgânicas que, ao serem queimadas, liberam substâncias tóxicas que causam inflamação e irritação.

“Podendo ocasionar um estreitamento das vias aéreas, que pode provocar tosse, falta de ar, chiado no peito, broncoespasmos e internações”, acrescenta o pneumologista.

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Risco de fumar cotonetes é ainda maior para pessoas com problemas respiratórios

O risco de fumar cotonetes é mais pronunciado em pacientes com rinite alérgica e asma, doenças mais comuns em pessoas mais jovens, assim como em casas de doença pulmonar obstrutiva crônica, em pessoas com mais de 40 anos, principalmente com o risco de aumento de crises e internações, como foi visto em pacientes durante a exposição durante incêndios em todo o país.

Ninguém deve fumar. No entanto, se uma pessoa usa e tem falta de ar, é importante procurar atendimento médico o mais rápido possível após inalar a fumaça. De falta de ar e chiado no peito até sinais de intoxicação por monóxido de carbono, como dor de cabeça, náusea, sonolência e cianose (lábios e extremidades roxas), que apontam para o risco de parada cardiorrespiratória", ressalta Ferraz.

"A fumaça resultante da queima dos plásticos pode conter substâncias comprovadamente tóxicas, como, por exemplo, o cianeto, aldeídos e hidrocarbonetos cancerígenos, conforme os alertas da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC)", destaca o doutor em vigilância sanitária e conselheiro no Conselho Federal de Química (CFQ), Ubiracir F. Filho ao Correio Braziliense.

Segundo ele, durante o processo de queima ou combustão, como essa ação praticada indevidamente por jovens, pode-se verificar inclusive a formação de fuligem, aquela fumaça preta.

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