Uma pesquisa avaliou uma série de medicamentos para insônia e o lemborexant obteve o melhor resultado. O remédio para dormir está em análise pela Anvisa
Glícia Lopes Publicado em 12/08/2022, às 13h42
Considerada um dos males do século, a insônia está presente na vida de boa parte dos brasileiros. Ela pode ser caracterizada tanto por uma noite inteira em claro, como por uma má qualidade do sono. Quando o problema é persistente, muitas pessoas acabam indo em busca de um remédio para dormir. Em um estudo realizado pela Universidade de Oxford, o lemborexant foi eleito o melhor medicamento para o sono e deve chegar ao Brasil nos próximos meses.
Segundo a Associação Brasileira do Sono (ABS), um terço da população brasileira convive com a insônia. Desde o início da pandemia, esse problema é comum para 70% do país, de acordo com pesquisa divulgada pelo Instituto do Sono, de São Paulo. Ainda, estima-se que cerca de 30% a 40% das pessoas vão sofrer de insônia em alguma fase da vida.
Para além do mal estar gerado por uma noite de sono mal dormida, a insônia contribui consideravelmente para o surgimento de diversas doenças, como:
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O Lemborexant é um remédio para dormir, amplamente vendido nos Estados Unidos sob a marca Dayvigo. A droga possui uma forma nova de ação, atuando sobre o sistema neurotransmissor orexina (hipocretina). A orexina regula a excitação, vigília e apetite e este tipo de medicamento bloqueia esse estímulo.
A pesquisa realizada pela Universidade de Oxford e publicada na revista científica The Lancet, comparou os efeitos de 36 medicamentos para o transtorno de insônia, em uma abrangente revisão de estudos. O lemborexant apresentou o melhor perfil, considerando os quesitos: eficácia, aceitabilidade e tolerabilidade. Além disso, o mecanismo de atuação desta droga tem se mostrado promissor, apresentando bons níveis de tolerância e segurança e deixando pouco efeito residual no dia seguinte ao uso.
O remédio, eleito como o melhor entre os pesquisados, já é aprovado pela agência reguladora de saúde dos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA). A Eisai, empresa farmacêutica japonesa responsável pelo produto, informou ao Globo que o medicamento está em análise pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil (Anvisa) desde 2021. A farmacêutica informou que no início do ano que vem o medicamento deve ser aprovado e a distribuição deve ser providenciada em seguida pela empresa.
Embora a insônia possa se tornar uma doença crônica, o uso de remédio para dormir não deve ser a única forma de tratamento, pelo contrário: esta deve ser a última alternativa, devidamente orientada por médicos. Diversos fatores estão associados aos problemas de sono, como predisposição genética; dores físicas; distúrbios psicológicos; medicamentos e questões comportamentais, como excesso de consumo de café, alimentação inadequada antes de ir para a cama e prática de atividades físicas antes de se deitar.
*com informações do Globo
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