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Prova Simulado: Simulado de Língua Portuguesa para Concursos (Nível Médio)

cronometro

Total de questões: 10

Matéria: Português - Gramática

1

É preciso voltar a gostar do Brasil

 Muitos motivos se somaram, ao longo da nossa história, para dificultar a tarefa de decifrar, mesmo imperfeitamente, o enigma brasileiro. Já independentes, continuamos a ser um animal muito estranho no zoológico das nações: sociedade recente, produto da expansão européia, concebida desde o início para servir ao mercado mundial, organizada em torno de um escravismo prolongado e tardio, única monarquia em um continente republicano, assentada em uma extensa base territorial situada nos trópicos, com um povo em processo de formação, sem um passado profundo onde pudesse ancorar sua identidade. Que futuro estaria reservado para uma nação assim?
 Durante muito tempo, as tentativas feitas para compreender esse enigma e constituir uma teoria do Brasil foram, em larga medida, infrutíferas. Não sabíamos fazer outra coisa senão copiar saberes da Europa (...) Enquanto o Brasil se olhou no espelho europeu só pôde construir uma imagem negativa e pessimista de si mesmo, ao constatar sua óbvia condição não-européia.
 Houve muitos esforços meritórios para superar esse impasse. Porém, só na década de 1930, depois de mais de cem anos de vida independente, começamos a puxar consistentemente o fio da nossa própria meada. Devemos ao conservador Gilberto Freyre, em 1934, com Casa-grande
& Senzala, uma revolucionária releitura do Brasil, visto a partir do complexo do açúcar e à luz da moderna antropologia cultural, disciplina que então apenas engatinhava. (...) Freyre revirou tudo de ponta-cabeça, realizando um tremendo resgate do papel civilizatório de negros e índios dentro da formação social brasileira. (...)  A colonização do Brasil, ele diz, não foi obra do Estado ou das demais instituições formais, todas aqui muito fracas. Foi obra da família patriarcal, em torno da qual se constituiu um modo de vida completo e específico. (...)
 Nada escapa ao abrangente olhar investigativo do antropólogo: comidas, lendas, roupas, cores, odores, festas, canções, arquitetura, sexualidade, superstições, costumes, ferramentas e técnicas, palavras e expressões de linguagem. (...) Ela (a singularidade da experiência brasileira) não se encontrava na política nem na economia, muito menos nos feitos dos grandes homens. Encontrava-se na cultura, obra coletiva de gerações anônimas. (...)
 Devemos a Sérgio Buarque, apenas dois anos depois, com Raízes do Brasil, um instigante ensaio – “clássico de nascença”, nas palavras de Antônio Cândido – que tentava compreender como uma sociedade rural, de raízes ibéricas, experimentaria o inevitável trânsito para a modernidade urbana e “americana” do século 20. Ao contrário do pernambucano Gilberto Freyre, o paulista Sérgio Buarque não sentia nostalgia pelo Brasil agrário que estava se desfazendo, mas tampouco acreditava na eficácia das vias autoritárias, em voga na década de 1930, que prometiam acelerar a modernização pelo alto. Observa o tempo secular da história. Considera a modernização um processo. Também busca a singularidade do processo brasileiro, mas com olhar sociológico: somos uma sociedade transplantada, mas nacional, com características próprias. (...)  Anuncia que “a nossa revolução” está em marcha, com a dissolução do complexo ibérico de base rural e a emergência de um novo ator decisivo, as massas urbanas. Crescentemente numerosas, libertadas da tutela dos senhores locais, elas não mais seriam demandantes de favores, mas de direitos. No lugar da comunidade doméstica, patriarcal e privada, seríamos enfim levados a fundar a comunidade política, de modo a transformar, ao nosso modo, o homem cordial em cidadão.
 O esforço desses pensadores deixou pontos de partida muito valiosos, mesmo que tenham descrito um país que, em parte, deixou de existir. O Brasil de Gilberto Freyre girava em torno da família extensa da casa-grande, um espaço integrador dentro da monumental desigualdade; o
de Sérgio Buarque apenas iniciava a aventura de uma urbanização que prometia associar-se a modernidade e cidadania.
BENJAMIN, César. Revista Caros Amigos.  Ano X, no 111. jun. 2006. (adaptado)

Na construção de uma das opções abaixo foi empregada uma forma verbal que segue o mesmo tipo de uso do verbo haver em “Houve muitos esforços meritórios para superar esse impasse.” . Indique-a.

Resposta:







2

O pronome de tratamento empregado no trato familiar e informal é:

Resposta:







3

“Quem não mora em casa com cerca eletrificada, arame farpado, seteira, guarita, jardim minado e a caixa de correio longe da porta mora em apartamento...” A respeito do trecho destacado é correto afirmar que o autor usou o seguinte recurso:

Resposta:







4

Com relação ao emprego dos pronomes pessoais, retos ou oblíquos, assinale a alternativa incorreta.

Resposta:







5

Assinale a alternativa cuja frase tem as palavras destacadas na seguinte ordem: conjunção, preposição e artigo indefinido.

Resposta:







6

            Fracasso e sucesso

“Se és homem, ergue os olhos para admirar os que empreenderam coisas grandiosas, ainda que hajam fracassado”. (Sêneca)
“O segredo para o sucesso é fazer as coisas comuns incomumente bem”. (John D. Rockefeller Jr.) É preciso discernimento para reconhecer o fracasso, coragem para assumi-lo e divulgá-lo e sabedoria para aprender com ele.

    O fracasso está presente em nossa vida, em seus mais variados aspectos. Na discussão fortuita dos namorados e na separação dos casais, na falta de fé e na guerra santa, na desclassificação e no lugar mais baixo do pódium, no infortúnio de um negócio malfeito e nas consequências de uma decisão inadequada.
    Reconhecer o fracasso é uma questão de proporção e perspectiva. Gosto muito de uma recomendação da Young President Organization segundo a qual devemos aprender a distinguir o que é um contratempo, um revés e uma tragédia. A maioria das coisas ruins da vida são contratempos. Reveses são mais sérios, mas podem ser corrigidos. Tragédias, sim, são diferentes. Quando você passar por uma tragédia, verá a diferença.
    A história e a literatura são unânimes em afirmar que cada fracasso ensina ao homem algo que necessita aprender; que fazer e errar é experiência enquanto não fazer é fracasso; que devemos nos preocupar com as chances perdidas quando nem mesmo tentamos; que o fracasso fortifica os fortes.
    Pesquisa da Harvard Business Review aponta que um empreendedor quebra em média 2,8 vezes antes de ter sucesso empresarial. Por isso, costuma-se dizer que o fracasso é o primeiro passo no caminho do sucesso ou, citando Henry Ford, o fracasso é a oportunidade de se começar de novo inteligentemente. Daí decorre que deve ser objetivo de todo empreendedor errar menos, cair menos vezes, mais devagar e não definitivamente.
    Assim como amor e ódio são vizinhos de um mesmo quintal, o fracasso e o sucesso são igualmente separados por uma linha tênue. Mas o sucesso é vaidoso, tem muitos pais, motivo pelo qual costuma ostentar-se publicamente. Nasce em função do fracasso e não raro sobrevive às custas dele - do demérito de outrem. Por outra via, deve-se lembrar que o sucesso faz o fracasso de muitos homens...
    Já o fracasso é órfão e tal como o exercício do poder, solitário. Disse La Fontaine: “Para salvar seu crédito, esconde sua ruína”. E assim caminha o insucesso, por meio de subterfúgios. Poucos percebem que a liberdade de fracassar é vital se você quer ser bem sucedido. Os empreendedores mais bem-sucedidos fracassaram repetidamente, e uma medida de sua força é o fato de o fracasso impulsioná-los a alguma nova tentativa de sucesso. É claro que cada qual é responsável por seu próprio naufrágio. Mas quando o navio está a pique cabe ao capitão (imagine aqui a figura do empreendedor) e não ao marujo tomar as rédeas da situação. E, às vezes, a única alternativa possível é abandonar, e logo, o barco, declinando da possibilidade de salvar pertences para salvar a tripulação. Nestes casos, a falência purifica, tal como deitar o rei ante o xeque-mate que se avizinha.
    O sucesso, pois, decorre da perseverança (acreditar e lutar), da persistência (não confundir com teimosia), da obstinação (só os paranóicos sobrevivem).
Decorre de não sucumbir à tentação de agradar a todos (gregos, troianos e etruscos). Decorre do exercício da paciência, mais do que da administração do tempo. Decorre de se fazer o que se gosta (talvez seja preferível fracassar fazendo o que se ama a atingir osucesso em algo que se odeia). Decorre de fabricar o que vende, e não vender o que se fabrica (qualquer idiota é capaz de pintar um quadro, mas só um gênio é capaz de vendê-lo). Decorre da irreverência de se preparar para o fracasso, sendo surpreendido pelo sucesso. Decorre da humildade de aceitar os pequenos detalhes como mais relevantes do que os grandes planos. Decorre da sabedoria de se manter a cabeça erguida, a espinha ereta, e a boca fechada.
    Finalizo parafraseando Jean Cocteau: Mantenha-se forte diante do fracasso e livre diante do sucesso.

COELHO, Tom. Disponível em: http://www.portalcmc.com.br/aut_artmot03.htm. Acesso em: 26 jan 2010.

A oração que difere das demais, quanto à classificação, é

Resposta:







7

7.



Procura-se uma alma de criança
Procura-se uma alma de criança que foi vista, pela última vez, dentro de nós mesmos, há muitos anos...
Ela pulava, ria e ficava feliz com seus brinquedos velhos... Exultava quando ganhava brinquedos novos,5 dando vida a latinhas, barbantes, tampinhas de refrigerantes, bonecas, soldadinhos de chumbo e figurinhas . . .
Batia palmas quando ia ao circo, quando ouvia músicas de roda, quando seus pais compravam sorvete:10 “chikabon, tombon, eskibon...” Tudo danado de bom!
Ela se emocionava ao ouvir histórias contadas pela mãe ou quando lia aqueles livrinhos de pano que a madrinha lhe dava quando ia visitá-la... Chorava quando arranhavam seus brinquedos: aquele aparelho de chá15 cheio de xícaras com que servia as bonecas ou os carrinhos de guindaste, tratores e furgões.
Fazia beiço quando a professora a colocava de castigo, mas era feliz com seus amigos, sua pureza, sua inocência, sua esperança, sua enorme vontade de20 ser uma grande figura humana, que não somente sonhasse, mas que realizasse coisas importantes em um futuro que lhe parecia ainda tão longínquo.
Onde ela está? Para que lado ela foi? Quem a vir, que venha nos falar... Ainda é tempo de fazermos com25 que ela reviva, retomando um pouco da alegria de nossa infância e deixando a alma dar gargalhadas, pois, afinal, “ainda que as uvas se transformem em passas, o coração é sempre uma criança disposta a pular corda”.
Para não deixar morrer a criança que todos temos30 dentro de nós...Deixe-a sair, brincar e sonhar . . . Uma das poucas coisas que ainda podemos fazer sem ter de pagar impostos!
ACHE LOGO SUA CRIANÇA
Maria Eugênia. Disponível em www.contandohistorias.com.br/historias

7 Reescrevendo a oração “Procura-se uma alma de criança...” (l. 1), a correspondência gramatical persiste e o sentido mantém-se em

Resposta:







8

10.



A SEDA A seda sempre trouxe consigo um certo ar de nobreza e até um certo folclore criado em torno da sua história. Conta-se que ela foi descoberta por uma imperatriz chinesa, que tomava uma xícara de chá sob5 uma amoreira, quando um casulo do bicho-da-seda caiu no seu chá. Ela, ao tentar puxar a ponta de fio do casulo, fez com que fino fio de seda se desenrolasse, amolecido pela água quente do chá. Diz ainda a lenda que a imperatriz fez um fino manto de seda para o10 imperador.
A fibra produzida pelo cultivo do bicho-da-seda é, sem dúvida, um dos mais nobres materiais têxteis que o homem já utilizou para a fabricação de fios e tecidos. Seu brilho, aspecto e toque são próprios e15 exclusivos.
A seda é muito conhecida por um brilho e toque únicos. Os seus filamentos são um dos mais finos que conhecemos na natureza e, além disso, é uma fibra bem resistente, absorve umidade e suor, o20 que a torna bastante adequada aos climas quentes e “meia estação” como temos no Brasil, mas a qualidade mais importante da seda é exatamente a imagem de nobreza que ela traz consigo desde a época de sua descoberta.
25 Tais características fizeram com que a seda fosse um material extremamente desejado durante centenas de anos. Por muito tempo o oriente manteve em segredo a sua produção.
Na Idade Média, os nobres chegaram a trocar30 um quilo de ouro por um quilo de seda. A seda então cruzava por terra caminhos intermináveis para ser comercializada, constituindo o que ficou conhecido pela “rota da seda”.
FERREIRA, Robson. Disponível em: <http://www.fashionbubbles.com/ tecnologia-textil-e-da-confeccao/a-seda/>. Acesso em: 11 dez. 2010. (Fragmento) (Adaptado)

10 O adjetivo destacado em “...fino manto...” (L. 9), se deslocado para depois do substantivo “manto”, sofre alteração de sentido, o que NÃO ocorre em:

Resposta:







9

7 As palavras que, na sequência, recebem acento gráfico são

Resposta:







10

09.
O futuro segundo os brasileiros
Em 2050, o homem já vai ter chegado a Marte, ecomprar pacotes turísticos para o espaço será corriqueiro.Em casa e no trabalho, vamos interagir regularmentecom máquinas e robôs, que também deverãotomar o lugar das pessoas em algumas funçõesde atendimento ao público, e, nas ruas, os carros terãoum sistema de direção automatizada. Apesar disso,os implantes corporais de dispositivos eletrônicosnão serão comuns, assim como o uso de membros eoutros órgãos cibernéticos. Na opinião dos brasileiros,este é o futuro que nos aguarda, revela pesquisada empresa de consultoria OThink, que ouviu cercade mil pessoas em todo o país entre setembro e outubrodo ano passado. [...] De acordo com o levantamento, para quase metadedas pessoas ouvidas (47%) um homem terápisado em Marte até 2050. Ainda nesse ano, 49%acham que será normal comprar pacotes turísticospara o espaço. Em ambos os casos, os homens estãoum pouco mais confiantes do que as mulheres,tendência que se repete quando levadas em conta aescolaridade e a classe social. As respostas demonstram que a maioria dapopulação tem acompanhado com interesse essetemas – avalia Wagner Pereira, gerente de inteligênciaEstratégica da OThink. – E isso também éum sinal de que aumentou o acesso a esse tipo deinformação pelos brasileiros. [...] – Nossa vida está cada vez mais automatizadae isso ajuda o brasileiro a vislumbrar que as coisasvão manter esse ritmo de inovação nos próximosanos – comenta Pereira. – Hoje, o Brasil temquase 80 milhões de internautas e a revolução que ainternet produziu no nosso modo de viver, como esseacesso maior à informação, contribui muito para estavisão otimista do futuro. Já a resistência do brasileiro quando o tema émodificar o corpo humano é natural, analisa o executivo.De acordo com o levantamento, apenas 28%dos ouvidos creem que a evolução da tecnologia vailevar ao desenvolvimento e uso de partes do corpoartificiais que funcionarão melhor do que as naturais,enquanto 40% acham que usaremos implantes eletrônicospara fins de identificação, informações sobrehistórico médico e realização de pagamentos, porexemplo. – Esse preconceito não é exclusividade dosbrasileiros – considera Pereira. – Muitos gruposnão gostam desse tipo de inovação. Romper a barreiraentre o artificial e o natural, a tecnologia e o corpo,ainda é um tabu para muitas pessoas. [...] BAIMA, Cesar. O futuro segundo os brasileiros. O Globo, 14 fev. 2012. 1o Caderno, Seção Ciência, p. 30. Adaptado.
A palavra segundo é empregada com a mesma classe gramatical e com o mesmo sentido da que se emprega no título do texto em:

Resposta:







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