Medicamento não pode ser considerado uma vacina contra o HIV. nova opção injetável representa um avanço no tratamento da doença. Veja detalhes
Pedro Miranda Publicado em 13/06/2023, às 20h59
Aprovado pela Anvisa, o medicamento Apretude (cabotegravir) está disponível nas formas de comprimido e suspensão injetável para prevenção da transmissão do vírus HIV em indivíduos com pelo menos 35 quilogramas. Esse antirretroviral pertence à classe dos inibidores da integrase, agindo ao impedir a inserção do DNA viral do HIV no DNA humano.
Essa ação impede a replicação e infectividade do vírus em novas células. A nova opção injetável representa um avanço no tratamento, evitando a necessidade de ingestão diária de comprimidos. A PrEP (profilaxia pré-exposição) é indicada no Brasil para pessoas sexualmente ativas, não infectadas, mas com risco aumentado de exposição ao HIV. Até então, consistia na ingestão diária de comprimidos para preparar o organismo contra o possível contato com o vírus.
Agora, o cabotegravir injetável, administrado a cada dois meses, oferece uma alternativa para aqueles que têm dificuldade em aderir ao uso diário da PrEP oral. Além do formato injetável, o Apretude também está disponível em comprimido oral, utilizado para avaliar a tolerabilidade ao cabotegravir e como opção de PrEP para indivíduos que perderam a dose programada da versão injetável.
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Estudos clínicos de fase 3, realizados em 43 centros de pesquisa de seis países, incluindo o Brasil, foram fundamentais para comprovar a segurança e eficácia do cabotegravir. A Anvisa aprovou a condução desses estudos em quatro centros de pesquisa brasileiros, localizados em instituições como a Fundação Faculdade de Medicina MEC MPAS, o Hospital Nossa Senhora da Conceição S.A., a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e o Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas/Fiocruz.
Conforme a Anvisa, o Apretude demonstrou reduzir o risco de infecção pelo HIV-1 adquirido sexualmente em pessoas com peso corporal igual ou superior a 35 quilos, sendo o HIV-1 o vírus mais comum e responsável por grande parte dos casos de AIDS no mundo.
É importante ressaltar que o cabotegravir não pode ser considerado uma vacina contra o HIV, pois não estimula o sistema imunológico a produzir anticorpos ou impede a transmissão da doença. Enquanto uma vacina oferece proteção a longo prazo ou mesmo ao longo da vida, a PrEP atua bloqueando os caminhos que o vírus percorre para infectar as células, sendo eficaz apenas enquanto o tratamento é seguido adequadamente.
O uso do medicamento, assim como qualquer outra terapia PrEP, deve ser prescrito somente para indivíduos confirmados como HIV negativos. É necessário realizar o teste de HIV antes de iniciar o uso do medicamento e antes de cada nova injeção, a fim de reduzir o risco de desenvolver resistência ao tratamento.
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