BC deve emitir as primeiras unidades do Real Digital em 2023. Veja o que muda

O Real Digital deve facilitar as transações realizadas na internet, como fazer o câmbio no exterior e evitar a lavagem de dinheiro

Victor Meira   Publicado em 24/10/2022, às 18h03

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Com a expectativa de digitalizar a moeda brasileira com o Real Digital, o Banco Central (BC ou Bacen) está próximo de emitir as suas primeiras stablecoins, criptoativos baseados em valores de moedas locais. Inclusive, estava agendado na última quinta-feira (20), as primeiras versões fossem testadas, mas problemas técnicos, os testes serão retomados em 2023.

A informação foi divulgada, inicialmente, pela Exame com confirmação da Federação Nacional de Associações de Servidores do Banco Central (Fenasbac).

Para entender este fenômeno, o JC Concursos apresenta as principais informações sobre o Real Digital. 

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O que é o Real Digital?

O Real Digital será emitido pelo Banco Central. Portanto, ele terá a mesma legitimidade que a moeda física. Mas fazer essa operação não é uma coisa simples. Por isso, a instituição criou o Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (LIFT).

Essa plataforma é um ambiente que tem o objetivo de trazer inovações tecnológicas para facilitar as transações financeiras. Dentre as soluções feitas pelo LIFT está a implementação do PIX no Brasil, que entrou em vigor em novembro de 2020. 

Em maio do ano passado, o BC apresentou as diretrizes para o desenvolvimento do Real Digital e propôs uma licitação para bancos e empresas de tecnologia ajudarem a promover a stablecoin brasileira. 

Ainda que o Real Digital seja considerado uma criptomoeda, ele não pode ser comparado com outros criptoativos, como o Bitcoin, por exemplo. A criptomoeda mais conhecida do mundo é descentralizado, tem que ser minerado e não é lastreado.

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Em contrapartida, o Real Digital deverá ser centralizado no Banco Central e é lastreado. Por isso, ele é considerado um CBDC (Central Bank Digital Currency), que é título virtual de uma moeda de um país, em que ela pode ser usada para realizar compras, estipular o valor de um produto, guardar para o futuro, dentre outras funcionalidades.

As vantagens da moeda digital 

Para o jornal Folha de São Paulo, o BC apresentou as seguintes vantagens para uso do Real Digital. Por exemplo, os gastos no exterior serão facilitados, visto que ele circula sem fronteiras. Assim, alguém que viaja para o exterior pode carregar a sua carteira digital com reais digitais, no próprio celular, e fazer os pagamentos ou mesmo converter e sacar dinheiro em outras moedas a partir dela. 

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Além disso, a entidade destaca a possibilidade do uso dos contratos inteligentes e organizações autônomas descentralizadas. Para a Folha, o diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, Ronaldo Lemos, cita que pode ter uma estrutura descentralizada que pode criar um mecanismo automático de pagamento de salário por “streaming”, que pode liberar a remuneração por segundo ao invés de mensal. 

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