Bradesco cita que manteve o mesmo patamar de crédito de quando a taxa Selic estava em 2% e não acompanhou o ritmo de altas dos juros
Victor Meira Publicado em 10/02/2023, às 15h19
O Bradesco pode quebrar? Essa é uma pergunta que muitas pessoas estão fazendo após o banco divulgar o balanço do quarto trimestre de 2022. A instituição bancária teve uma queda de lucro de 76% em comparação com o mesmo período de 2021, a maior desvalorização dos últimos cinco anos.
O presidente-executivo do Bradesco, Octávio de Lazari, admite que o banco deu mais empréstimos do que deveria desde de 2020, quando o Brasil tinha uma Selic de 2% ao ano. Com a escalada da taxa básica de juros, que está em 13,75%, a inadimplência cresceu, praticamente, na mesma proporção.
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"Concedemos mais crédito do que deveríamos ter concedido", disse Lazari em teleconferência com investidores institucionais e jornalistas.
Ele ainda reconheceu que o banco ficou “atrás da curva”, apertando mais fortemente as concessões de crédito novo apenas no final de 2022, quando havia sinais de que uma piora cíclica de inadimplência estava em curso.
O dirigente apontou que o foco do Bradesco foi conceder crédito para baixa renda e pequenas e médias empresas, cujas linhas possuem um maior risco de calote. Apesar de ser arriscado, Lazari entende que essa pode ser uma boa estratégia e que apenas o futuro irá dizer se ela realmente deu certo.
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O executivo declarou que a geração recente de crédito de melhor qualidade e a gradual normalização do custo de capital pode fazer o Bradesco retomar o patrimônio para cerca de 18% no fim de 2024. No ano passado, o índice foi de 13,1%.
Com os resultados mais fracos do que o esperado, as ações do Bradesco são destaques negativos na bolsa de valores nesta sexta-feira. Às 15h, a cotação do banco está com uma desvalorização de 7,61 %.
Apesar disso, ainda mais que o país vive uma onda de recuperações judiciais e falência, a probabilidade do Bradesco quebrar é muito baixa neste momento mesmo com lucro caindo para o pior patamar em cinco anos.
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