Caso o piso salarial da enfermagem seja aprovado e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, o valor será de R$ 4,7 mil
Victor Meira - victor@jcconcursos.com.br Publicado em 23/03/2022, às 09h39
Na noite da última terça-feira (22), a Câmara dos Deputados aprovou, por 458 votos a 10, o requerimento de urgência para o PL 2.564/20 (Projeto de Lei), de origem do Senado. A legislação fixa um piso salarial da enfermagem, que inclui enfermeiro, técnico, auxiliar e parteira.
O compromisso dos partidos, definido na última reunião de líderes, é de votar a urgência para ampliar o debate sobre o tema junto com os governadores e prefeitos, visto que a medida deve impactar o orçamento dos estados e municípios.
A coordenadora do grupo de trabalho que analisou o impacto orçamentário da proposta, a deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC) explicou que o mérito do projeto deve ser votado em até cinco semanas. “Nesse período de até 5 semanas nós vamos buscar outras fontes de financiamento, e deliberar os projetos que já estão aqui na Casa que apontam formas de financiamento ou de busca de recursos financeiros para fazer frente a essa demanda”, afirmou.
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De acordo com o PL, o valor mínimo inicial para os enfermeiros será de R$ 4.750, a ser pago nacionalmente pelos serviços de saúde públicos e privados. Contudo, o mérito do texto será somente em abril.
Relator do grupo de trabalho, o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) defendeu que a proposta seja votada antes do prazo de cinco semanas. “Quem está precisando do Samu não pode esperar cinco semanas; quem está no pronto-socorro não pode esperar cinco semanas; quem está na sala de vacinação para receber a dose da vacina contra Covid não tem que esperar cinco semanas; então o piso nacional da enfermagem não é para esperar cinco semanas”, disse.
O parlamentar petista disse que o grupo de trabalho provou por “A mais B” que o impacto financeiro do piso nacional de enfermagem é menor do que 4% de todo o investimento do SUS e menor do que 5% de todo o faturamento dos planos de saúde.
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) exalta que a enfermagem é uma categoria numerosa da área da saúde que teve papel fundamental durante a pandemia. “Não se trata apenas de uma discussão corporativa. Trata-se da dignificação de uma categoria que enfrentou a Covid-19 com destemor, com dedicação e com baixíssimos salários”, disse. Ela afirmou que a remuneração média é de R$ 1.450 reais para um profissional de nível superior.
“É uma sub-remuneração que tem levado, inclusive, a uma evasão muito grande de trabalhadores do segmento”, disse.
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Entretanto, o partido Novo é contra a votação da proposta. O líder do partido, Tiago Mitraud (Novo-MG), afirmou que haverá aumento de impostos para custear o salário mínimo da categoria. “Não é possível estimular cada vez mais o aumento de impostos, esse Plenário não pode tomar aqui hoje uma medida meramente eleitoreira querendo sinalizar algo para um importante eleitorado”, disse.
*com informações da Agência Câmara de Notícias
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