“Bolsonaro nunca saiu do palanque”, destaca sociólogo sobre o cansaço da disputa eleitoral. Lula deve intensificar campanha para atrair votos indecisos
Pedro Miranda Publicado em 22/09/2022, às 10h21
A pesquisa do Instituto Opinião divulgada nesta quarta (21) confirmou o quadro de estabilidade apresentado por outros levantamentos. O diretor da empresa e sociólogo Arilton Frere disse ao Congresso em Foco que “estamos no limite entre haver definição no primeiro turno ou não”. Ele tem mais de 20 anos de experiência com pesquisas eleitorais.
Segundo Frere, a campanha de Lula tende a intensificar a busca pelos chamados "votos úteis" entre os eleitores que preferem ver a decisão das Eleições 2022 já no dia 2 de outubro. “Pode haver algum tipo de crescimento de Bolsonaro na reta final, mas o mais natural é que haja pressão muito grande pelo voto útil entre os eleitores de Ciro Gomes e Simone Tebet para Lula conseguir os poucos pontos que precisa para fechar a fatura no primeiro turno”, explica.
Vários artistas gravaram um videoclipe com a música "Vira Voto" na tentativa de convencer os eleitores de outros candidatos a apoiar Lula. Na gravação, o gesto de arma de Bolsonaro mudou para um “L”, aludindo ao nome do petista.
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Em uma reportagem do jornalista Edson Sardinha, do Congresso em Foco, Arilton destaca que o cansaço do eleitor pode ser decisivo. O chamado voto útil pode ser ganho por causa do cansaço do eleitor. “O eleitor médio está cansado. Na prática, estamos vivendo campanha presidencial desde 2018. Bolsonaro nunca saiu do palanque. A campanha está em pauta o tempo todo. Com isso, há cada vez menos eleitores indecisos e cada vez mais votos definidos. Isso pode estimular o voto útil”.
O sociólogo acredita que a constante discussão da campanha estimula mais pessoas a decidir sobre seu voto. Isso resulta em um número reduzido de eleitores indecisos. Segundo o diretor do Instituto Opinião, a taxa de rejeição de Bolsonaro é maior do que a de outros candidatos. Pesquisas mostram que a maioria dos eleitores rejeita ele mais do que outros candidatos. O diretor acredita que isso tornará mais difícil para ele se reeleger.
Na perspectiva dele, apenas o surgimento de um fato novo e de grande impacto poderá mudar o quadro eleitoral. “A rejeição das mulheres a Bolsonaro sempre foi muito grande devido ao que ele fala e a como se comporta em relação a elas. Bolsonaro tem muita dificuldade em dialogar com as eleitoras. Não convence, a carga negativa dele com elas é muito grande”, afirma.
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