Advogados do banco BTG Pactual acusam os três homens mais ricos do país de má fé na gestão da Americanas e na relação com a instituição financeira
Jean Albuquerque Publicado em 16/01/2023, às 17h11
O caso Americanas ganhou repercussão na mídia após as ações na bolsa de valores despencaram no último dia 12 de janeiro, depois da empresa comunicar inconsistência em lançamentos contábeis no balanço, que chega a R$ 20 bilhões.
Na Justiça, a empresa tem se blindado contra bloqueio e sequestro de bens dos seus acionistas. A CNN Brasil teve acesso à petição que foi apresentada pelos advogados do banco BTG Pactual neste fim de semana.
Um dos maiores credores da varejista briga na justiça para reverter a medida cautelar dada à Americanas e conseguir cobrar a execução da dívida, que tinha declarado rombo na casa dos bilhões.
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Segundo a CNN, o documento foi protocolado no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), os advogados do BTG acusam Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira de má-fé na gestão da Americanas e relação com o banco.
Ainda sobre o assunto, o site diz que na carta ao desembargador do TJ-RJ, os advogados afirmam que a ação dos executivos do 3G, maiores acionistas da empresa varejista, foi premeditada.
No trecho da petição divulgada pela CNN, os advogados afirmam ainda que os três homens mais ricos do Brasil, que tem patrimônio avaliado em R$ 180 bilhões, foram pegos com a mão no caixa da maior companhia gerida pelo trio.
Além de destacar que dias depois, eles tiveram a "pachorra de vir em Juízo pedir uma tutela cautelar, preparatória de uma recuperação judicial, para impedir os credores de legitimamente protegerem o seu patrimônio".
Os advogados classificam a ação dos acionistas como a maior fraude corporativa que se tem notícia na história do país. "É o fraudador pedindo às barras da Justiça proteção ‘contra’ a sua própria fraude. É o fraudador cumprindo a sua própria profecia, dando verdadeiramente ‘uma de maluco para esses caras saberem que é pra valer’.”
O desembargador de plantão do TJ-RJ, Luiz Roldão De Freitas, argumentou, segundo a CNN, que a decisão não era o caso de ser apreciada fora do expediente. Com isso, ele determinou que o recurso seja distribuído para um relator hoje (16).
A empresa, em nota enviada ao jornal, afirmou que a medida cautelar visa apenas a sustentação jurídica para que ambas as partes, os credores e a Americanas cheguem a um acordo possível.
“A Americanas reitera a importância da manutenção da liminar, apesar da tentativa de suspensão, o que poderia gerar assimetria entre os seus credores, inclusive bancos, e não ajudaria no processo. A Americanas apontará em breve a sua equipe de negociação com os credores”, diz trecho da nota.
*Com informações da CNN Brasil
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