CFM proíbe prescrição de terapias hormonais com anabolizantes para fins estéticos e esportivos

A medida foi tomada por não haver comprovação científica suficiente para sustentar o benefício e a segurança do paciente. Veja os riscos causados pelo uso inadequado de anabolizantes

Pedro Miranda   Publicado em 11/04/2023, às 20h17

Divulgação/JC Concursos

Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu a prescrição médica de terapias hormonais com esteroides androgênicos e anabolizantes com finalidade estética, para ganho de massa muscular ou melhora do desempenho esportivo. A medida foi tomada porque a entidade afirma não haver comprovação científica suficiente para sustentar o benefício e a segurança do paciente.

A decisão destaca a inexistência de estudos clínicos que demonstrem a magnitude dos riscos associados à terapia hormonal androgênica acima dos níveis fisiológicos, tanto em homens quanto em mulheres, além da ausência de comprovação científica de condição clínico-patológica na mulher decorrente de baixos níveis de testosterona ou androgênios.

O uso de terapias hormonais para retardar, modular ou prevenir o envelhecimento permanece proibido. A resolução do conselho regulamenta que a prescrição médica de terapias hormonais está indicada em casos de deficiência específica comprovada, conforme a existência de nexo causal entre a deficiência e o quadro clínico, cuja reposição hormonal proporcione benefícios cientificamente comprovados.

O CFM relata ainda um aumento na administração do hormônio do crescimento (GH) de forma abusiva por atletas, amadores e profissionais, como droga ergogênica. O hormônio foi incluído na lista de substâncias anabolizantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e no rol de drogas proibidas no esporte pela Agência Mundial Anti-Doping.

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Veja os riscos causados pelo uso inadequado de esteroides e anabolizantes

O CFM divulgou uma nota alertando para os perigos do uso inadequado de hormônios, além dos riscos colaterais que podem surgir mesmo quando doses terapêuticas são utilizadas. Dentre os efeitos colaterais, estão doenças cardiovasculares, hepáticas, transtornos mentais e endócrinos.

As sociedades brasileiras de Endocrinologia e Metabologia, Medicina do Esporte e do Exercício, Cardiologia, Urologia, Dermatologia, Geriatria e Gerontologia, Gastroenterologia e Ginecologia e Obstetrícia haviam emitindo uma nota conjunta cobrando regulamentação do uso de esteroides anabolizantes e similares para fins estéticos e de desempenho.

O CFM ressalta a importância do diagnóstico correto e acompanhamento médico adequado em casos de deficiência hormonal.

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