CGU aponta concentração "atípica" de operações da PRF no Nordeste durante as eleições de 2022

Dados também indicam que a operação da PRF no 2º turno das eleições superou até mesmo as fiscalizações que ocorrem em junho no Nordeste. Veja detalhes

Pedro Miranda   Publicado em 20/04/2023, às 19h29

Divulgação/JC Concursos

A Controladoria-Geral da União (CGU) retirou o sigilo sobre os dados que mostram a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno das eleições de 2022. Os dados apontam uma concentração "atípica" de operações na Região Nordeste.

Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, 324 ônibus foram paralisados em estradas no Nordeste, o que representa cerca de 46% do total de veículos abordados em todo o país, 696.

Os dados também indicam que a operação da PRF no segundo turno das eleições superou até mesmo as fiscalizações que ocorrem anualmente durante o período de festas juninas no Nordeste. Na época, a intensidade da fiscalização na Região Nordeste chamou a atenção de eleitores e mobilizou autoridades no país.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, chegou a proibir a PRF de realizar qualquer operação que afetasse o transporte público de eleitores.

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Número de pontos de fiscalização da PRF no Nordeste foi superior as outras regiões do Brasil

Os pontos fixos de fiscalização foram bem superiores no Nordeste (290), enquanto a região Sudeste registrou 191 pontos, seguida das regiões Sul (181), Centro-Oeste (153) e Norte (96). Além disso, o efetivo de agentes que atuaram no segundo turno das eleições de 2022 foi maior no Nordeste (795), seguido pelas regiões Sudeste (528), Sul (418), Centro-Oeste (381) e Norte (230).

O valor total de horas extras pagas para que agentes em folga fossem convocados para atuar no dia da eleição foi quase R$ 1 milhão no Nordeste, valor bem superior aos, cerca de R$ 685 mil usados para "comprar" a folga de agentes no Sudeste.

A Polícia Federal investiga uma viagem do então ministro da Justiça, Anderson Torres, na véspera do segundo turno. A viagem à Bahia foi justificada para reforçar a atuação de policiais federais no combate a crimes eleitorais, como compra de votos.

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