Além dos reajustes nos combustíveis, Bolsonaro voltou a criticar os lucros da Petrobras, que ficou acima dos 30%, enquanto que outras petrolíferas tiveram lucros na casa dos 15%
Victor Meira | victor@jcconcursos.com.br Publicado em 14/05/2022, às 09h23
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar a Petrobras por causa do movimento de alta nos preços dos combustíveis. Na última sexta-feira (14), ele participou da abertura da 56ª Convenção Nacional do Comércio Lojista, em Campos do Jordão (SP). Durante o evento, o Chefe do Executivo afirmou que a estatal petrolífera deve cumprir a sua função social como empresa.
Bolsonaro declarou que torce para que a troca no comando do Ministério de Minas e Energia, a substituição de Bento Albuquerque por Adolfo Sachsida, tenha algum efeito na Petrobras.
"Eu espero, nos próximos dias, com as mudanças que fiz no Ministério de Minas e Energia, que nós consigamos mexer com a Petrobras, fazer com que ela cumpra um dispositivo constitucional, que fala do fim social da empresa", declarou o presidente.
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Além dos preços altos dos combustíveis, Bolsonaro também criticou os lucros da Petrobras, cujo resultado foi classificado pelo presidente como excessivo.
"Não podemos ter uma empresa que tem um lucro acima de 30%, enquanto nas maiores petrolíferas do mundo, o lucro é no máximo de 15%. E essas outras petrolíferas abriram mão de lucro para ajudar os seus países. A Petrobras não pode continuar a ser indiferente a tudo isso", reclama.
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No início desta semana, a Petrobras anunciou mais um reajuste no diesel para as distribuidoras, na casa de 8,87%. Apesar do aumento nos preços, a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis) aponta que ainda há uma defasagem de 17% no preço em relação ao mercado internacional.
Vale destacar que em 2016, o então presidente Michel Temer (MDB) alterou a política de preços da Petrobras. Agora, a estatal adota o PPI (Preço de Paridade Internacional), em que a empresa deve equiparar os preços do mercado internacional com os preços praticados no Brasil.
Desde o início de 2022, o preço dos combustíveis apresenta um movimento de forte alta, influenciado pela alta demanda de petróleo com a melhora da pandemia e a Guerra na Ucrânia. O barril de petróleo tipo Brent, referência global para negociação, já subiu 52,93%.
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Essa tendência altista se reflete nos preços dos combustíveis no Brasil. No acumulado dos últimos 12 meses, o reajuste do diesel chegou a 49%.
Como o diesel é o principal combustível usado no transporte público e de cargas, ele tem impacto direto na inflação geral dos produtos.
Em consequência disso, Bolsonaro alertou terá novos aumentos de preço no setor. "Há poucas semanas, a Rússia fechou o fornecimento de gás para a Polônia e a Bulgária. E agora, acaba de fechar também para a Finlândia e a Alemanha. Isso vai impactar em novos preços de combustíveis".
*com informações da Agência Brasil
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