Cuidado com o seu cachorro: foram identificados novos petiscos contaminados

Ao todo, seis empresas já foram obrigadas a recolherem petiscos contaminados do mercado após a morte de cerca de 50 cachorros. Veja quais alimentos estão proibidos

Mylena Lira   Publicado em 26/10/2022, às 16h16

Divulgação

Cerca de 50 cachorros já morreram no país após comerem petiscos contaminados. Hoje (26), a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) determinou o recolhimento imediato de três novos lotes de food pet, fabricados pela empresa Balance, marca da BRF Pet.

A própria empresa já havia emitido comunicado de recall voluntário na semana passada ao Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Os produtos foram identificados com propilenoglicol contaminado por etilenoglicol.

O propilenoglicol é um aditivo permitido na indústria alimentícia, mas o etilenoglicol não pode estar entre os ingredientes de nenhum tipo de alimento, seja ele animal ou para humanos. Isso porque é um solvente orgânico altamente tóxico que causa insuficiência renal e hepática quando ingerido, podendo levar à morte.

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Função do propilenoglicol

O propilenoglicol é uma substância química classificada como um álcool diol, sendo apresentada em forma de líquido incolor, sem cheiro, com corpo viscoso e sabor amargo. Além de estar presente na produção de alguns alimentos, serve para fabricar resina de poliéster, é usado em produtos antocongelantes para motores e na indústria dermatológica.

Segundo a Anvisa, o composto tem autorização para uso em 21 categorias de alimentos para consumo humano, com quatro funções:

  1. umectante: protege contra a perda de umidade ou facilita a dissolução de uma substância seca em meio aquoso;
  2. agente carreador: dissolve, dilui, dispersa ou modifica fisicamente outros aditivos ou nutrientes do alimento sem alterar sua função;
  3. estabilizante: estabiliza, mantém ou intensifica a cor de um alimento; e
  4. glaceante: dá brilho aos alimentos.

Entre os alimentos que podem ter o propilenoglicol na sua produção estão: suplementos alimentares líquidos e sólidos; cobertura de empanamento para pescado; aperitivos à base de batatas, cereais, farinha ou amido; frutas in natura; mistura para o preparo de bolos, doces e massas de confeitaria; biscoitos com ou sem recheio; e balas de goma.

Contudo, segundo a Anvisa, há limite para o seu uso, especificado em legislação, e não é permitido na categoria de massas alimentícias. A seguir, veja quais marcas de petisco e macarrão usaram a substância contaminada com etilenoglicol.

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Quais são os novos petiscos contaminados?

Ao todo, seis empresas já foram obrigadas a recolherem petiscos contaminados do mercado para não causar danos à saúde dos animais de estimação:

  1. Bassar Indústria e Comércio Ltda;
  2. FVO Alimentos Ltda;
  3. Peppy Pet Indústria e Comércio de Alimentos para Animais;
  4. Upper Dog comercial Ltda;
  5. Petitos Indústria e Comércio de Alimentos; e
  6. Pets Mellon Industria de Produtos para Alimentação Animal Ltda (BRF Pet).

A BRF Pet faz parte do grupo BRF, uma das maiores produtoras de food pet e que detém também as marcas Sadia, Perdigão e Qualy. Os três petiscos caninos da marca que não devem ser consumidos são: Balance Bifinhos Filhote Frango: lote 22V074 (fabricado em 15/03/2022); Balance Bifinhos Carne Vegetais: lote 22V085 (fabricado em 26/03/2022); e Balance Bifinhos Frango Assado: lote 22V085 (fabricado em 26/03/2022).

De acordo com a Senacon, não há até o momento “evidências de mortes de cães causadas pela ingestão dos petiscos”. Em nota oficial, a empresa afirma que conduz a realização de análises técnicas próprias e independentes. 

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