Apesar de pertencer ao mesmo grupo de sócios majoritários, os movimentos acusados pela associação contra a Ambev é diferente do que foi observado na Americanas
Victor Meira Publicado em 01/02/2023, às 14h42
Há 20 dias, o ex-CEO da Americanas, Sérgio Rial, anunciou que a Americanas tinha um rombo contábil na casa de R$ 20 bilhões. A empresa varejista teve como sócios majoritários, três dos cinco homens mais ricos do Brasil, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, todos sócios da 3G Capital.
Quase um mês depois, apareceu mais uma acusação de um possível rombo bilionário de uma das maiores empresas do Brasil e até do mundo, a Ambev. A revista Veja divulgou uma notícia de que a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), que representa produtores menores do produto, acusa a multinacional de inconsistências nas demonstrações financeiras na ordem de R$ 30 bilhões.
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Um estudo pedido pela associação, que foi feito pela consultoria AC Lacerda, indica que há divergências contábeis na Ambev relacionadas a ter vantagens e isenção em impostos federais, estaduais e municipais.
O diretor-geral da CervBrasil, Paulo Petroni, afirmou, para a Veja, que a fabricante de cervejas estaria inflacionando os preços de componentes da produção para ter isenção tributária. A Ambev faria isso para ter direito a créditos tributários na Zona Franca de Manaus. Assim, a empresa teria ganhos maiores com a redução do pagamento de impostos.
Apesar disso, o movimento é diferente do que foi observado na Americanas. Analistas do mercado financeiro citam que a varejista fez a manobra do risco sacado.
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O risco sacado é uma operação que uma empresa faz entre fornecedores e bancos. Um varejista compra em atacado uma série de produtos com os fornecedores. Para ter uma margem maior de desconto e estoque, a companhia pega um empréstimo junto a um banco. No balanço contábil, ao invés de jogar o empréstimo na área de dívida bancária, a empresa lançava com dívidas de fornecedor, sem ter calculado os juros em cima deste valor.
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