Desemprego cai para menor nível em nove anos, mas ainda é alto

Taxa de desemprego no terceiro trimestre de 2023 caiu para 7,7%, segundo dados da PNAD Contínua divulgados nesta quarta-feira (22) pelo IBGE

Jean Albuquerque   Publicado em 22/11/2023, às 10h42

Agência Brasil

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 7,7% no terceiro trimestre de 2023, o menor nível desde fevereiro de 2015, os dados da PNAD Contínua foram divulgados nesta quarta-feira (22) pelo IBGE. 

A queda de 0,4 ponto percentual em relação ao trimestre anterior foi impulsionada pela criação de 2,2 milhões de novos empregos formais. Apesar da queda, o desemprego ainda é alto. 8,3 milhões de brasileiros estão desempregados, representando uma taxa de subutilização da força de trabalho de 17,6%.

A queda do desemprego foi mais acentuada nas regiões Sul e Sudeste, onde as taxas ficaram em 3,6% e 6,7%, respectivamente. As regiões Norte e Nordeste, por outro lado, apresentaram taxas mais elevadas, de 12,6% e 13,3%.

Entre as faixas etárias, o desemprego foi mais elevado entre os jovens de 15 a 24 anos (17,3%). Entre os adultos de 25 a 49 anos, a taxa foi de 7,4%, e entre os idosos de 50 anos ou mais, de 4,5%.

Por cor ou raça, o desemprego foi mais elevado entre os pretos (9,6%) e pardos (8,9%). Entre os brancos, a taxa foi de 5,9%.

Por nível de instrução, o desemprego foi mais elevado entre as pessoas com ensino médio incompleto (13,5%). Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 8,3%, e para as pessoas com nível superior completo, de 3,5%.

A queda do desemprego é um sinal positivo para a economia brasileira. No entanto, ainda há muito a ser feito para reduzir o desemprego e melhorar a qualidade de vida dos brasileiros.

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Empregos com carteira assinada

O percentual de empregados com carteira assinada no setor privado no Brasil cresceu para 73,8% no terceiro trimestre de 2023, o maior nível desde 2014. O aumento de 0,4 ponto percentual em relação ao trimestre anterior foi impulsionado pela criação de 2,2 milhões de novos empregos formais.

No entanto, a desigualdade no emprego formal ainda é grande. Os estados do Sul e Sudeste concentram os maiores percentuais de empregados com carteira assinada, com Santa Catarina (87,8%), Rio Grande do Sul (82,7%) e Paraná (80,9%) liderando o ranking.

No outro extremo, os estados do Norte e Nordeste apresentam os menores percentuais de empregados com carteira assinada. Maranhão (49,9%), Piauí (52,3%) e Tocantins (52,7%) são os estados com as menores taxas.

Taxa de informalidade no país 

A taxa de informalidade no Brasil ainda é um problema persistente. No terceiro trimestre de 2023, ela atingiu 39,1% da população ocupada, o que significa que cerca de 39 milhões de trabalhadores não tinham direitos trabalhistas garantidos, como carteira assinada, férias remuneradas, décimo terceiro salário e aposentadoria.

Essa realidade é ainda mais preocupante nas regiões Norte e Nordeste, onde a taxa de informalidade chega a 55% e 57%, respectivamente. Em contraste, as regiões Sul e Sudeste, com as maiores economias do país, têm taxas de informalidade mais baixas, de 27% e 31%, respectivamente.

Outro dado preocupante é o número de pessoas que estão procurando trabalho há dois anos ou mais. No terceiro trimestre de 2023, esse contingente era de 1,8 milhão, representando uma queda de 28,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Essa queda pode ser explicada pela melhora do mercado de trabalho, que vem gerando mais oportunidades de emprego. No entanto, ainda há um número significativo de pessoas, que estão desempregadas há muito tempo e que enfrentam dificuldades para se recolocar no mercado de trabalho.

Rendimento médio do trabalhador 

O rendimento médio real mensal habitual dos trabalhadores brasileiros foi estimado em R$ 2.982 no terceiro trimestre de 2023, um aumento de 1,9% em relação ao trimestre anterior (R$ 2.933) e de 4,3% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.862).

Esse crescimento foi impulsionado pelo aumento do salário mínimo, que passou de R$ 1.212 para R$ 1.300 em 2023. No entanto, o rendimento continua abaixo do nível de antes da pandemia de COVID-19, quando era de R$ 3.145.

A análise regional do rendimento médio real mensal habitual mostrou que as regiões Sul e Sudeste apresentaram os maiores aumentos em relação ao trimestre anterior, com R$ 3.276 e R$ 3.381, respectivamente. Já as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste permaneceram estáveis.

Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, as regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste também apresentaram os maiores aumentos, com R$ 3.091, R$ 3.242 e R$ 3.009, respectivamente. Já as regiões Sul e Nordeste permaneceram estáveis.

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