Sociedade de Urologia observa uma preocupante diminuição no uso de preservativos nas relações sexuais. Sudeste lidera com número de mortes causado pela doença
Pedro Miranda Publicado em 01/12/2023, às 16h55
Enquanto os números globais de casos de HIV/aids têm apresentado queda no Brasil, dados recentes do Ministério da Saúde revelam uma preocupante tendência de aumento entre os homens de 15 a 29 anos. Em 2021, o índice atingiu 53,3% dos infectados na faixa etária de 25 a 29 anos, desafiando a tendência geral de declínio na incidência da doença.
Durante a campanha Dezembro Vermelho, que visa conscientizar sobre a prevenção do HIV/aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) destaca a necessidade urgente de abordar a crescente prevalência dessas infecções entre os jovens. A diretora de Comunicação da SBU, Karin Jaeger Anzolch, ressalta que as ISTs podem causar lesões nos órgãos genitais, infertilidade, doenças neurológicas, cardiovasculares e até câncer, como o de útero e pênis.
A cobertura vacinal contra o HPV, oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninos e meninas de 9 a 14 anos, destaca a baixa adesão à segunda dose entre os meninos, registrando 27,7%. Embora as meninas apresentem uma cobertura maior de 54,3%, ainda está aquém da recomendação de 95%. A SBU enfatiza a importância da vacinação como uma ferramenta eficaz na prevenção das ISTs.
A Sociedade de Urologia observa uma preocupante diminuição no uso de preservativos nas relações sexuais nos últimos anos, coincidindo com o aumento das ISTs. Karin Anzolch alerta para a resistência crescente dessas infecções aos tratamentos existentes em várias partes do mundo.
Além disso, a SBU destaca que, embora as ISTs possam permanecer silenciosas em seus estágios iniciais, os sintomas podem incluir feridas, corrimento, verrugas, dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele e aumento de ínguas. O preservativo, juntamente com a vacinação contra ISTs como HPV e hepatite, continua sendo a forma mais eficaz de prevenção.
Os dados do Boletim Epidemiológico de HIV/Aids 2022 mostram uma diminuição no número total de infectados, exceto entre homens de 15 a 29 anos. Em 2021, 53,3% dos homens na faixa etária de 25 a 29 anos foram infectados, enquanto nas mulheres, o maior índice foi registrado entre 40 e 44 anos, com 18,4%.
A SBU enfatiza a importância de retomar a conscientização sobre a prevenção das ISTs, especialmente entre os jovens, destacando os desafios enfrentados por aqueles que vivem com HIV, requerendo tratamentos rigorosos e uma rotina médica constante.
Desde o início da epidemia de aids em 1980 até 2021, o Brasil notificou 371.744 óbitos devido à doença. O Sudeste lidera com 56,6% dos óbitos, seguido pelas regiões Sul (17,9%), Nordeste (14,5%), Norte (5,6%) e Centro-Oeste (5,4%).
A campanha Dezembro Vermelho visa reverter a tendência de aumento de casos, promovendo a conscientização e a importância da prevenção das ISTs.
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