Nas eleições 2022, além do número recorde de mulheres eleitas para a Câmara, duas deputadas trans conseguiram entrar para o parlamento pela primeira vez na história do Brasil. Contudo, homens ainda são maioria
Mylena Lira Publicado em 05/10/2022, às 19h23
No último domingo (2), quando ocorreu o 1º turno das eleições 2022, foram eleitas 91 deputadas federais para compor a Câmara dos Deputados a partir de 2023. Esse é o maior número de mulheres na Casa na história do país. Porém, representa apenas 17,7% do total de deputados: 513.
Nas eleições de 2018, a bancada feminina da Câmara contava com 77 representantes. Portanto, em relação ao último pleito, o aumento foi de 18,18%. Outra marca alcançada por mulheres desta vez foi obter o maior número de votos nos estados pelos quais concorreram. É o caso das deputadas federais:
A federação de partidos liderada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), de Lula, elegeu o maior número de deputadas na Câmara Federal: 21. O Partido Liberal (PL), de Bolsonaro, vem em seguida, com 17 cadeiras conquistadas na Casa. O PSD também teve aumento expressivo de deputadas eleitas neste ano, passando de uma para quatro representantes em 2023.
Pela primeira vez na história do Brasil, o parlamento terá duas deputadas trans: Erika Hilton (Psol-SP) e Duda Salabert (PDT-MG). Erika é atualmente vereadora na cidade de São Paulo e Duda Salabert é vereadora em Belo Horizonte, capital mineira.
Também foram eleitas duas deputadas indígenas, o dobro das últimas eleições, quando apenas uma conseguiu o posto na Câmara dos Deputados. Sônia Guajajara foi eleita deputada federal pelo Psol de São Paulo e Célia Xakriabá, pelo Psol de Minas Gerais.
Sônia é formada em letras e enfermagem e é coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e integrante do Conselho da Iniciativa Inter-religiosa pelas Florestas Tropicais do Brasil. Célia é professora ativista indígena, tendo sido da primeira turma de educação indígena da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2013.
Porém, os indígenas ligados aos movimentos que lutam pela pauta permanecerão subrepresentados. Neste ano, 186 candidatos ao Congresso se declaravam indígena, recorde de candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
Enquanto a Câmara terá mais representantes mulheres, a bancada feminina no Senado encolheu nas eleições de domingo (2). Em 2019, início da atual legislatura, eram 12 senadoras e, a partir de janeiro de 2023, serão 10.
Caso o senador Jorginho Mello (PL-SC), que disputa o segundo turno das eleições para governador, seja eleito, a representação ainda pode aumentar: Ivete da Silveira (MDB-SC) assumiria o mandato como suplente na vaga de Mello e seria a 11ª mulher.
*com informções da Agência Brasil
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