Crescimento é atribuído a avanços no diagnóstico e à conscientização sobre inclusão. No entanto, persistem desafios como formação insuficiente de docentes
Pedro Miranda Publicado em 02/04/2024, às 19h32
Cresce significativamente a presença de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas salas de aula do Brasil. De acordo com dados recentes do Censo de Educação Básica, o número de matrículas desses estudantes em ambientes inclusivos aumentou em 50% entre 2022 e 2023, saltando de 405.056 para 607.144.
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Esse crescimento exponencial é atribuído principalmente a avanços na capacidade diagnóstica das equipes de saúde e a uma maior conscientização sobre a importância da inclusão. No entanto, especialistas destacam que a inclusão vai além da matrícula, exigindo esforços contínuos para garantir acesso, permanência, participação e aprendizagem efetiva para esses alunos.
Apesar dos progressos, ainda persistem desafios significativos. Entre os obstáculos enfrentados pelos estudantes com TEA, destaca-se a formação insuficiente de docentes e funcionários, a falta de adaptação de atividades e aulas, a ausência de protocolos para lidar com comportamentos desafiadores, casos de bullying e cobranças ilegais de taxas extras.
É fundamental reconhecer que o TEA abrange uma ampla gama de características e necessidades, desde pessoas mais independentes até aquelas que demandam apoio constante. Os sintomas, que incluem dificuldades de interação social, problemas de comunicação e comportamentos repetitivos, exigem abordagens educacionais flexíveis e sensíveis às necessidades individuais.
Especialistas enfatizam a importância de uma avaliação pedagógica personalizada para crianças e adolescentes, visando identificar suas necessidades individuais e estabelecer um plano de atendimento adequado. Contudo, o tempo para essa avaliação muitas vezes é prolongado, deixando os alunos sem o suporte necessário.
Ademais, a falta de conhecimento sobre as necessidades específicas dos alunos resulta em sua exclusão na sala de aula, prejudicando seu desenvolvimento.
Para lidar com essa realidade, especialistas propõem a presença de profissionais especializados em educação inclusiva nas escolas, capazes de orientar os demais professores e promover discussões sobre cada caso individualmente.
A adaptação de atividades e avaliações é destacada como uma estratégia fundamental. É crucial ajustar as tarefas conforme as necessidades de cada aluno, especialmente à medida que os conteúdos se tornam mais complexos ao longo dos anos escolares.
Uma abordagem sugerida é manter toda a turma engajada no mesmo tema, oferecendo diferentes níveis de desafios e abordagens. Por exemplo, enquanto os alunos do 6º ano lidam com operações com algarismos decimais, aqueles com dificuldades podem ser incentivados a trabalhar em atividades mais simplificadas, mas ainda relacionadas aos números, garantindo sua participação ativa no processo de aprendizagem.
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